As mortes causadas por policiais em serviço no estado de São Paulo cresceram 78,5% entre janeiro e agosto de 2024 na comparação com o mesmo período de 2023, segundo dados do instituto Sou da Paz.
Foram registradas 441 mortes nos oito primeiro meses do ano. No mesmo período de 2023, foram 247.
A letalidade policial em serviço cresceu em quase todas as regiões do estado, exceto em Ribeirão Preto.
Regiões como Bauru e São José do Rio Preto mais que triplicaram o número de vítimas no período, e na região metropolitana de São Paulo, Santos e Sorocaba, os números mais que dobraram.
Morte de pessoas negras
O levantamento também aponta para um aumento expressivo no número de vítimas negras. Em 2024, 283 pessoas negras ou pardas foram mortas pelas polícias paulistas, um aumento de 83,8% em relação ao ano anterior.
Segundo o instituto, o número de vítimas negras alcançou seu maior patamar nos últimos seis anos. Também houve crescimento no número de vítimas entre jovens e adultos de 15 a 40 anos.
Mortes cometidas por policiais em serviço, por raça/cor (janeiro a agosto de 2024)
- Branca – 138
- Parda – 235
- Preta – 48
- Ignorada – 20
Pretos e pardos representam quase dois terços (65,2%) das crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Brasil.
Esse percentual é superior à participação deste grupo racial na população total de 5 a 17 anos, que é de 59,3%.
O que diz o governo do estado
Em nota enviada à CNN, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que todas as mortes são investigadas rigorosamente e que investe em capacitação de policiais e uso de equipamentos de menor potencial ofensivo para reduzir a letalidade.
“Para reduzir a letalidade, a SSP-SP investe continuamente na capacitação do efetivo, aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e em políticas públicas. As forças de segurança estaduais realizam abordagens obedecendo parâmetros e procedimentos técnicos com absoluto respeito à lei”, diz a pasta.
* Sob supervisão