O Brasil está adotando uma postura firme na cúpula do Brics em Kazan, Rússia, em relação à possível expansão do bloco e, em particular, à entrada da Venezuela. Segundo o analista sênior de assuntos internacionais Américo Martins, o país argumenta que deve ter mais peso na decisão sobre a inclusão de novos membros da América Latina.
Até o momento, todas as decisões do grupo eram tomadas por consenso entre os cinco membros originais: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No entanto, com a recente expansão para nove países, incluindo Irã, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Egito, o processo decisório se tornou mais complexo.
Posição brasileira e critérios de adesão
O Brasil insiste em manter o princípio do consenso para decisões de ampliação e defende que deveria haver uma proporção regional dos países membros. Como único representante latino-americano no grupo, o país argumenta que deveria ter maior influência nas decisões envolvendo nações da região.
Diferentemente dos outros membros, o Brasil não apresentou uma lista de países candidatos à adesão, preferindo discutir critérios de adesão em vez de analisar candidaturas individualmente. O país não apoia a entrada da Venezuela nem da Nicarágua, mas consideraria Cuba e, possivelmente, a Bolívia como potenciais membros latino-americanos.
Desafios para o consenso
A posição brasileira enfrenta desafios, já que não existe um sistema formal de veto nas decisões do Brics, como ocorre no Conselho de Segurança da ONU. A Venezuela, por sua vez, está fazendo um intenso lobby junto aos outros países membros para garantir sua entrada no bloco.
A decisão final sobre a expansão do grupo e os critérios de adesão será discutida diretamente pelos chefes de Estado na reunião de amanhã em Kazan. O Brasil será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, com a possibilidade de o presidente Lula participar por videoconferência, embora isso ainda não esteja confirmado.
O desfecho dessas negociações será crucial para determinar o futuro do BRICS e sua influência geopolítica, especialmente considerando as complexas relações entre o Brasil e alguns dos países aspirantes a membros.
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