Mãe das irmãs gêmeas de 6 anos que foram mortas em um intervalo de oito dias no Rio Grande do Sul, Gisele Beatriz Dias, 42 anos, teve um filho de 22 anos assassinado em 2022.
Gisele está presa temporariamente e é considerada suspeita pelas mortes das meninas.
Irmão das gêmeas, Michel Percival Pereira Júnior foi morto a tiros em novembro de 2022 em Santa Maria, no interior do estado. De acordo com a polícia, Júnior foi assassinado em uma disputa relacionada ao tráfico de drogas.
“Um pedacinho de mim morreu junto com ele”, escreveu Gisele em uma rede social no dia do assassinato. Ela compartilhou essa mesma postagem em 21 de setembro deste ano –poucos dias antes de a primeira das gêmeas morrer em um hospital da cidade.
Além das gêmeas e do rapaz assassinado em 2022, Gisele tem uma outra filha, que tem 19 anos e também mora em Santa Maria. Segundo fontes ouvidas pela CNN, a jovem afirmou em depoimento que a mãe era “maquiavélica” e que acredita que a mulher possa ter matado as crianças.
O pai das gêmeas também foi ouvido pela polícia. Ele não é considerado suspeito.
Como foram as mortes das meninas
Antônia e Manoela Pereira morreram na cidade de Igrejinha, localizada a cerca de 90 quilômetros de Porto Alegre. No dia 7 de outubro, Manoela passou mal enquanto dormia. A menina chegou a ser levada a um hospital, mas não resistiu e morreu. Na última terça-feira (15), Antônia morreu da mesma forma, no hospital, após sofrer uma parada cardiorrespiratória enquanto dormia.
O que chamou a atenção da polícia foi o fato de as duas mortes terem ocorrido de maneira semelhante. Além disso, as garotas não tinham problemas relevantes de saúde.
No dia 16, Gisele foi presa. A polícia suspeita que ela tenha envenenado as filhas. A causa das mortes, porém, só será esclarecida quando o laudo feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) ficar pronto.
De acordo com as investigações preliminares, não havia sinais aparentes de violência nos corpos das irmãs. O médico que atendeu as meninas nas duas ocasiões também foi ouvido pela polícia.
O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Igrejinha (Comudica) afirmou que não recebeu relatos sobre maus-tratos contra as duas crianças.
“Tampouco recebemos informações de falta de atuação do conselho tutelar ou da rede em acompanhamento deste caso em especifico que pudessem gerar a abertura de sindicância.”