Mais de 60 pessoas ficaram feridas em Israel após um ataque com drone, de acordo com autoridades de saúde. O Hezbollah assumiu autoria da ação. Mais tarde, o Exército israelense pontuou que quatro soldados foram mortos e sete ficaram feridos.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram neste domingo (13) que “interceptaram um UAV (veículo aéreo não tripulado) que foi lançado do Líbano na área naval do norte”.
As FDI não especificaram exatamente onde o drone foi interceptado, mas isso ocorreu depois que o Hezbollah informou que havia disparado um enxame de drones de ataque contra o campo de treinamento Golani, em Binyamina, ao sul de Haifa.
O grupo afirmou que a ação foi resposta aos ataques israelenses no Líbano que mataram 22 pessoas e feriram 117, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.
A CNN não pode verificar se o drone atingiu um campo de treinamento dos militares israelenses.
Centros médicos relatam feridos
O Hillel Yaffe Medical Center, no centro-norte de Israel, disse que estava tratando 36 vítimas do que descreveu como um “incidente de UAV”, acrescentando que havia “vários graus de ferimentos”.
“Nós fornecemos assistência a mais de 60 feridos em várias condições — alguns deles em estado crítico, sério, moderado e leve. Helicópteros e ambulâncias retiraram todos os feridos”, pontuou o grupo de primeiros socorros United Hatzalah em um comunicado.
O Sheba Tel Hashomer Medical Center, em Ramat Gan, disse à CNN que estava tratando de três pessoas feridas por um incidente em Binyamina, duas das quais estavam em estado crítico, enquanto o Rambam Hospital, em Haifa, informou que estava tratando de outras três pessoas.
O Emek Medical Center, no norte de Israel, pontuou que estava tratando quatro pessoas feridas. O Beilinson Hospital comentou que estava tratando de mais três, e o Bnei Zion Medical Center, em Haifa, também disse que estava tratando de três.
A CNN entrou em contato com os militares israelenses e aguarda retorno.
Entenda a escalada nos conflitos do Oriente Médio
O ataque com mísseis do Irã a Israel no dia 1º marcou uma nova etapa do conflito regional no Oriente Médio. De um lado da guerra está Israel, com apoio dos Estados Unidos. Do outro, o Eixo da Resistência, que recebe apoio financeiro e militar do Irã e que conta com uma série de grupos paramilitares.
São sete frentes de conflito abertas atualmente: a República Islâmica do Irã; o Hamas, na Faixa de Gaza; o Hezbollah, no Líbano; o governo Sírio e as milícias que atuam no país; os Houthis, no Iêmen; grupos xiitas no Iraque; e diferentes organizações militantes na Cisjordânia.
Israel tem soldados em três dessas frentes: Líbano, Cisjordânia e Faixa de Gaza. Nas outras quatro, realiza bombardeios aéreos.
O Exército israelense iniciou uma “operação terrestre limitada” no Líbano no dia 30 de setembro, dias depois de Israel matar o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio ao quartel-general do grupo, no subúrbio de Beirute.
As Forças de Defesa de Israel afirmam que mataram praticamente toda a cadeia de comando do Hezbollah em bombardeios semelhantes realizados nas últimas semanas.
No dia 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades.
Com o aumento das hostilidades, o governo brasileiro anunciou uma operação para repatriar brasileiros no Líbano.
Na Cisjordânia, os militares israelenses tentam desarticular grupos contrários à ocupação de Israel ao território palestino.
Já na Faixa de Gaza, Israel busca erradicar o Hamas, responsável pelo ataque de 7 de outubro que deixou mais de 1.200 mortos, segundo informações do governo israelense. A operação israelense matou mais de 40 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
O líder do Hamas, Yahya Sinwar, segue escondido em túneis na Faixa de Gaza, onde também estariam em cativeiro dezenas de israelenses sequestrados pelo Hamas.