O exército israelense ordenou que mais moradores do norte de Gaza se mudassem para o sul antes das operações militares planejadas para este sábado (12).
Os moradores se juntam a dezenas de milhares de outros palestinos que foram instruídos a sair em uma série de ordens de evacuação emitidas na segunda-feira.
O exército operará “com grande força” nas áreas de Jabalia e Nazla, ao norte da Cidade de Gaza, e continuará a fazê-lo “por um longo período”, de acordo com o porta-voz militar em árabe, Avichay Adraee.
“Vocês devem evacuar a área imediatamente”, ele disse, acrescentando que a área, incluindo os abrigos dentro dela, era considerada uma “zona de combate perigosa”. Ele disse aos moradores que eles deveriam se mudar para o sul, para a chamada “zona humanitária” militar.
Essa zona, na área costeira de Al Mawasi, já está lotada de refugiados e foi atingida por repetidos ataques aéreos israelenses, incluindo um que matou pelo menos 19 pessoas em setembro.
Os militares lançaram panfletos na manhã de sábado alertando as pessoas para “evacuar imediatamente”, de acordo com os moradores.
Na sexta-feira, a Médicos Sem Fronteiras (MSF) disse que milhares de pessoas já não conseguem deixar o norte de Gaza, apesar das ordens de evacuação dos militares, devido a tiros e ataques nas rotas de evacuação.
Palestinos que fugiam das áreas designadas cobertas pela ordem de segunda-feira no norte de Gaza foram alvejados enquanto tentavam sair , de acordo com moradores locais e imagens compartilhadas com a CNN.
Em julho, a ONU informou que aproximadamente nove em cada dez pessoas em Gaza foram deslocadas internamente, muitas delas várias vezes, devido a repetidas ordens de evacuação em todo o território.
Organizações de ajuda humanitária já disseram que novas rodadas de ordens de evacuação tornam a entrega de rações de emergência ainda mais difícil.
Nenhum alimento entrou no norte de Gaza desde o início de outubro, colocando 1 milhão de pessoas em risco de passar fome, informou o Programa Mundial de Alimentos à CNN na sexta-feira.