A secretária de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Cláudia Mello, informou que 288 doadores que realizaram testes de HIV no laboratório PCS Lab Saleme entre dezembro de 2023 e setembro deste ano serão retestados após a constatação de erros nos resultados, que resultaram na infecção de pelo menos seis pessoas após transplantes.
Em entrevista à CNN, na tarde desta sexta-feira (11), Mello também confirmou que as atividades do laboratório foram suspensas após o erro.
“A ação de inspeção determinou a interdição do laboratório como um todo. Não só para esses exames. Ele (o laboratório) não funciona mais no estado e no país. Ele não pode prestar nenhum serviço”, disse.
A informação sobre a contaminação foi confirmada pela CNN, junto à Secretaria de Saúde, que disse investigar a infecção de seis pessoas que contraíram HIV após passarem por transplantes e receberem órgãos de dois doadores que estavam infectados pelo vírus.
Os exames de sangue que apresentaram resultados falsos foram realizados no laboratório PCS Lab Saleme, que tem sede na Baixada Fluminense. Dados da transparência do estado do Rio de Janeiro mostram que em 2023, a empresa celebrou seis contratos que totalizam R$ 21.616.969,39, com a Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
“É um evento extremamente grave”
Cláudia Mello classificou o fato como “extremamente grave” e disse que durante os 32 anos de atuação na área da saúde, jamais passou por um evento do tipo.
A secretária informou que uma sindicância está em andamento para apurar o passo a passo da ocorrência e que todos os exames para transplantes foram transferidos para o Hemorio.
Mello também destacou outras ações que a secretaria de saúde tomou após ter conhecimento do caso.
“Várias ações de inspeção sanitárias foram realizadas. Montamos uma equipe multidisciplinar de pessoas aqui da secretaria de saúde. Assistente social, psicólogo. Uma pessoa do nosso controle de HIV e uma pessoa do transplante que tem o treinamento para dar notícias”, finalizou.
Outro Lado
A CNN entrou em contato com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e o laboratório mencionado, mas não obteve retorno destes órgãos até o momento.