A chuva e o vento do furacão Milton foram agravados pelo aquecimento global devido à poluição por combustíveis fósseis, de acordo com uma análise rápida divulgada nesta sexta-feira (11) pela World Weather Attribution, uma rede de cientistas que calcula o impacto das mudanças climáticas em eventos climáticos extremos.
A tempestade foi influenciada por águas mais quentes do Golfo do México devido às mudanças climáticas, o que aumentou seus ventos, bem como sua chuva, que também foi turbinada por uma atmosfera mais quente capaz de reter mais umidade.
Veja abaixo alguns pontos que contribuíram para a intensificação do furacão Milton.
Vento mais forte
As mudanças climáticas aumentaram os ventos de Milton em 10%, o que significa que a tempestade teria chegado à costa como um furacão de categoria 2, e não de categoria 3, sem isso.
Tempestades tão fortes quanto Milton agora são 40% mais prováveis por causa do aquecimento global, descobriu a análise.
Água mais quente
O furacão Milton passou por uma “intensificação extremamente rápida” para uma categoria 5, com ventos de 290 km/h, enquanto passava por águas que estavam cerca de 2 a 3 °C acima da média.
As temperaturas recordes ou próximas a recordes do oceano são de 400 a 800 vezes mais prováveis pelas mudanças climáticas.
Oceanos quentes são uma enorme fonte de energia para tempestades se fortalecerem e crescerem.
Mais chuva
O furacão Milton despejou de 20 a 30% mais chuva em vastas áreas da Flórida do que seria possível sem as mudanças climáticas.
St. Petersburg recebeu por 457 mm de chuva, sendo que mais de 228 mm caíram em apenas três horas, algo que acontece a cada 1.000 anos.
Tempestades assim são duas vezes mais prováveis por causa do aquecimento, descobriu a análise.
Contexto climático
Mais de 90% do aquecimento global nas últimas décadas ocorreu nos oceanos. Com isso, a rápida intensificação dos furacões agora se tornou mais comum e está amplificando a ameaça de tempestades.
As tempestades também estão aproveitando mais umidade na atmosfera e no mar.
Furacão Milton deixa mortes e destruição
O furacão Milton atingiu a costa perto de Siesta Key, na Flórida, como uma perigosa tempestade de categoria 3, gerando ventos e chuvas fortes, além de inundações e tornados.
Ele enfraqueceu para categoria 1 ao atravessar o estado e se deslocar para o mar, de acordo com o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.
Ainda assim, a tempestade deixou um rastro de destruição, destelhando casas, derrubando árvores, postes e um guindaste.
Dezesseis pessoas morreram após a passagem do furacão, segundo as autoridades.
Milton é o terceiro furacão a atingir a Flórida neste ano, deixando mais de 3 milhões de pessoas sem energia no estado. Rajadas de vento de 160 km/h foram registradas perto de Tampa.