Os policiais militares que se tornaram réus pela morte de um homem em uma comunidade em Guarujá, no litoral de São Paulo, durante a Operação Escudo vão a júri popular.
Os agentes Eduardo de Freitas Araújo e Augusto Vinícius Santos de Oliveira são acusados de matar a tiros Rogério Andrade de Jesus, no dia 30 de julho de 2023.
A Operação Escudo deixou ao menos 28 pessoas mortas após o assassinato do soldado da ROTA Patrick Bastos Reis.
Segundo a sentença da Justiça, entre as provas que levarão os policiais a júri popular estão as imagens das câmeras corporais utilizadas pelos agentes. O material analisado traz indícios de que os agentes teriam um colete à prova de balas, como o encontrado no local onde o homem foi morto.
Os policiais também teriam deixado de acionar as câmeras corporais durante a ocorrência.
“As imagens também mostram que, após realizar o disparo contra a vítima Rogério, o réu Eduardo progride para o interior do barraco e se coloca em posição lateral, de modo que sua câmera corporal não capta as imagens do ofendido. Em seguida, o réu Augusto adentra no local, mas como sua câmera está completamente obstruída, nenhuma imagem do ambiente é captada”, diz um trecho do documento da Justiça.
Os agentes alegam que a operação no Morro dos Macacos, em Guarujá, se deu após moradores do local mencionarem a presença de criminosos no bairro e “agiram por legítima defesa”.
Porém, a decisão aponta, que “mostra-se duvidosa a prévia necessidade de denúncia de criminosos armados no morro, para fins de incursão policial, pois é de conhecimento público que as comunidades carentes dos grandes centros urbanos são controladas pelo crime organizado”.
*Sob supervisão de Bruno Laforé