O exército israelense disse nesta segunda-feira (9) que deteve o comboio após receber informações indicando que vários “suspeitos palestinos” estavam a bordo e que queria interrogá-los.
“Enfatizamos que este não é um comboio que transporta vacinas contra a poliomielite, mas um comboio cujo propósito é trocar pessoal da ONU. O incidente ainda não acabou”, disse um porta-voz militar israelense.
O porta-voz da ONU Stephane Dujarric disse que estava ciente “de um incidente em andamento envolvendo pessoal e veículos da ONU” e estava trabalhando para estabelecer os fatos. Ele disse que a principal prioridade da ONU “é a segurança de nossos colegas”.
O chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, disse que “o comboio foi parado sob a mira de armas logo após o posto de controle de Wadi Gaza com ameaças de deter funcionários da ONU”.
“Grandes danos foram causados por escavadeiras aos veículos blindados da ONU. Todos os funcionários e o comboio estão agora liberados e de volta em segurança à base da ONU”, ele acrescentou.
A campanha para vacinar 640 mil crianças em Gaza começou em 1º de setembro, após a confirmação da Organização Mundial da Saúde (OMS) no mês passado de que um bebê havia ficado parcialmente paralisado pelo vírus da poliomielite tipo 2, o primeiro caso desse tipo no território em 25 anos.
Lazzarini contestou o relato de Israel, dizendo que o comboio estava a caminho para lançar a campanha de vacinação na Cidade de Gaza e no norte de Gaza. Ele acrescentou que não tinha certeza se a campanha seria retomada no norte de Gaza nesta terça-feira.