Uma recente pesquisa do New York Times sobre as eleições americanas trouxe à tona uma percepção surpreendente entre os eleitores: Kamala Harris, candidata a vice-presidente pelo Partido Democrata, é vista como mais radical do que o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano.
Segundo o analista de Internacional Lourival Sant’Anna, 50% dos eleitores acreditam que Trump não é radical demais, nem para um lado nem para o outro. Em contrapartida, apenas 42% têm essa mesma percepção sobre Kamala Harris.
Impacto nos estados pêndulos
Sant’Anna ressalta a importância desse dado, especialmente nos chamados estados-pêndulos, onde 15% do eleitorado ainda está indeciso, conforme revelado por uma pesquisa da CNN. Nesses estados cruciais, Trump leva uma vantagem de oito pontos no quesito moderação.
“Um eleitor está indeciso em um estado-pêndulo porque ele é moderado. Esse eleitor não tem uma preferência de princípio pela esquerda ou pela direita. O que ele quer evitar é um extremismo”, disse o analista no WW.
Desafios para os candidatos
Diante desse cenário, o analista aponta os desafios que cada candidato enfrentará nos próximos debates. Harris precisará demonstrar moderação sem perder o entusiasmo do eleitor de esquerda, enquanto Trump buscará retratar sua adversária como uma extremista.
Sant’Anna lembra ainda que, historicamente, o desempenho pessoal nos debates tem sido crucial. “O importante mesmo é o desempenho pessoal, o carisma, a capacidade de conquistar, de parecer amigável”, afirma, citando exemplos históricos como o debate entre Kennedy e Nixon.
Com ambos os candidatos sendo descritos como articulados e ágeis mentalmente, o próximo debate promete ser um momento decisivo na corrida eleitoral americana, onde cada gesto e palavra poderá influenciar significativamente a percepção dos eleitores indecisos.
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