O alto representante da União Europeia para as Relações Exteriores e à Política de Segurança, Josep Borrell, afirmou neste domingo (8) que a fuga do candidato presidencial venezuelano Edmundo González para Espanha, onde recebeu asilo político, marcou um “dia triste para a democracia”.
“Diante da repressão, da perseguição política e das ameaças diretas contra a sua segurança e liberdade, depois de ter recebido hospitalidade na residência holandesa em Caracas até 5 de setembro, o líder político e candidato presidencial Edmundo González, teve que solicitar asilo político e aproveitar da proteção que a Espanha lhe ofereceu”, disse Borrell em comunicado.
“Edmundo González, segundo cópias das atas disponíveis ao público, seria o candidato presidencial que venceria as eleições por ampla maioria. Numa democracia, nenhum líder político deveria ser forçado a procurar asilo em outro país”, acrescentou.
“A UE exige que as autoridades venezuelanas ponham fim à repressão, às detenções arbitrárias e ao assédio contra membros da oposição e da sociedade civil, bem como libertem todos os presos políticos.”
González Urrutia, candidato da oposição Plataforma de Unidade Democrática (PUD), deixou no sábado (7) a Venezuela com destino a Espanha, onde lhe foi concedido asilo político, confirmou à CNN a defesa jurídica do ex-embaixador.
A saída de González da Venezuela ocorre cinco dias depois de um tribunal ter ordenado a sua prisão sob acusações relacionadas com a publicação dos resultados eleitorais num website. González rejeitou repetidamente as acusações contra ele.
Momentos antes de a defesa de González confirmar que ele deixou a Venezuela, a vice-presidente executiva Delcy Rodríguez publicou uma mensagem no Instagram na qual dizia que o Governo lhe concedeu salvo-conduto para deixar o território “em prol da tranquilidade e da paz política no país”.