José Vicente Haro, o advogado de Edmundo González, candidato presidencial da Plataforma da Unidade Democrática (MUD), pediu ao Ministério Público da Venezuela dar “as devidas garantias” para que não atue contra Mercedes de González Urrutia, esposa de González, no âmbito das ações penais que a instituição pratica.
Haro fez a declaração em uma entrevista ao programa Conclusões, da CNN, depois de se reunir em particular na quarta-feira (4) com o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, para discutir a situação do opositor venezuelano.
Segundo o advogado, a reunião na sede do Ministério Público durou três horas, decorreu em tom “institucional” e ele conseguiu entregar a Saab um documento que defende o seu cliente e argumenta que o direito à presunção de inocência não foi respeitado.
Desde segunda-feira (2), González enfrenta um mandado de prisão por diversos crimes relacionados ao resultadosconvzla.com, que publicou as atas das eleições de 28 de julho. González nega todas as acusações e está abrigado, há várias semanas, em um local não revelado.
Haro também disse à CNN que, durante sua reunião com o promotor, Tarek “sempre deixou em aberto” a possibilidade de realizar uma batida na casa de González e ele levantou a situação da esposa de González.
“Solicitei, em defesa da família de Edmundo González Urrutia, as devidas garantias à senhora Mercedes de González Urrutia, alegando, é claro, sua condição de idosa (já que ela tem 75 anos), de acordo com os tratados internacionais assinados e ratificados pela Venezuela, de acordo com as leis venezuelanas”, afirmou.
“O Procurador-Geral do país se comprometeu, pelo menos verbalmente, a não envolver de forma alguma a senhora Mercedes de González Urrutia no processo penal contra Edmundo González”, acrescentou.
A CNN entrou em contato com o Ministério Público venezuelano para comentar as declarações de Haro e aguarda resposta.
Na tarda de quarta, o promotor divulgou um comunicado sobre seu encontro com o advogado de González e disse que nesta quinta-feira (5) divulgará “toda a verdade”.
González concorreu contra o presidente Nicolás Maduro nas eleições de 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor das eleições, embora até agora – mais de um mês depois das eleições – não tenha publicado as atas por posto de votação.
A oposição rejeita estes resultados, exige que as atas sejam publicadas e que seja realizada uma auditoria independente na qual participem agentes internacionais. O documento que o advogado de González entregou ao promotor também inclui este ponto.
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