A República Democrática do Congo recebeu o primeiro lote de vacinas contra a mpox nesta quinta-feira (5). As autoridades de saúde esperam que isso ajude a conter um surto que levou a ONU a declarar uma emergência global de saúde pública.
O Congo é o epicentro do surto, que se espalhou para países vizinhos e outros lugares, mas a falta de vacinas na África dificultou os esforços para impedir a disseminação da doença, que pode ser mortal.
Um avião com as doses fabricadas pela Bavarian Nordic e doadas pela União Europeia pousou na capital Kinshasa por volta das 13:h, no horário local, disseram repórteres da Reuters no aeroporto.
O ministro da saúde do Congo, Samuel Roger Kamba Mulamba, afirmou aos jornalistas que a vacina já havia provado seu valor nos Estados Unidos e seria distribuída para adultos no Congo.
“Sabemos quais províncias são fortemente afetadas, principalmente Equateur e Kivu do Sul… A ideia é conter o vírus o mais rápido possível”, acrescentou.
Campanha de vacinação
Esta primeira entrega possui 99 mil doses. Outro envio, previsto para o sábado (7) totalizará o montante entregue para 200 mil doses, disse Laurent Muschel, chefe da Autoridade de Preparação e Resposta a Emergências de Saúde da UE (HERA).
No geral, a Europa pretende entregar 566 mil doses onde quer que as necessidades sejam maiores na região, destacou Muschel à Reuters.
“Com base no número de casos, o próximo país [para entregas] deve ser Burundi, mas a agência médica do país deve autorizar”, explicaram.
A chegada da vacina ao Congo deve começar a abordar uma enorme desigualdade que deixou os países africanos sem acesso às duas vacinas usadas em um surto global de mpox em 2022, enquanto elas estavam amplamente disponíveis na Europa e nos Estados Unidos.
O Congo afirmou que lançará sua campanha de vacinação em 8 de outubro para dar tempo para uma campanha completa de conscientização para superar a desconfiança em algumas comunidades.
A mpox geralmente causa sintomas semelhantes aos da gripe e lesões cheias de pus, e pode matar. A doença se espalha por contato próximo, incluindo o sexual.
Houve 19.710 casos suspeitos de mpox relatados no Congo nos primeiros oito meses deste ano, de acordo com o Ministério da Saúde local. Destes, 5.041 foram confirmados e 655 foram fatais.