Em entrevista à CNN, o professor de Relações Internacionais da ESPM Leonardo Trevisan afirma que o governo venezuelano deu mais um passo em direção à repressão política ao solicitar a prisão de Edmundo González, candidato da oposição ao presidente Nicolás Maduro.
Para o professor, a ação confirma a escolha do regime por uma postura mais dura contra opositores.
Trevisan destaca que a situação na Venezuela está se agravando, mas ressalta que o país busca manter um equilíbrio delicado entre a repressão interna e as relações econômicas externas.
“A Venezuela fez já uma escolha por uma maior repressão. Isso não é uma novidade”, afirmou o especialista.
Sinais contraditórios do regime
O professor aponta para mudanças recentes no gabinete venezuelano que indicam essa tendência repressiva, como a nomeação de Diosdado Cabello para o Ministério do Interior, conhecido por suas conexões com as alas mais duras do regime.
Contudo, Trevisan ressaltou que o governo de Maduro também emite sinais de que não pretende prejudicar totalmente as aproximações empresariais estabelecidas no acordo de Barbados.
“Fecha internamente, mas para o exterior, especialmente para a indústria petrolífera, a conversa é outra”, explica.
Impacto econômico e diplomacia brasileira
A nomeação de Delcy Rodríguez como ministra do Petróleo é interpretada como um sinal para a comunidade internacional de que os acordos com empresas petrolíferas estrangeiras serão respeitados.
Essa movimentação econômica poderia atuar como um freio para uma repressão mais intensa.
O papel do Brasil nesse contexto é destacado por Trevisan. Segundo ele, o Itamaraty tem feito seguidos avisos sobre a importância de se considerar tanto a situação política interna quanto os interesses econômicos externos da Venezuela.
“O Brasil representa um papel muito importante, inclusive para a diplomacia norte-americana”, conclui o especialista.
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