Tropas ucranianas avançaram até 2 km na região de Kursk, na Rússia, no último dia, disse o comandante das Forças Armadas da Ucrânia, general Oleksandr Syrskyi, nesta sexta-feira (30).
Syrskyi também afirmou que as tropas russas falharam em sua última tentativa de penetrar as defesas ucranianas na área de Pokrovsk, no leste da Ucrânia.
A Ucrânia lançou uma operação surpresa em Kursk, no oeste da Rússia, em 6 de agosto. O país diz controlar cerca de 100 assentamentos e ter avançado até 35 km na região, mas os avanços posteriores pareceram ter parado.
Syrskyi pontuou nesta sexta que suas tropas avançaram novamente, ganhando 5 km quadrados de território russo nas últimas 24 horas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que foi informado por Syrskyi por meio de uma chamada de vídeo, destacou no Telegram que os militares ucranianos fizeram mais prisioneiros.
Movimento ousado na guerra
Kiev ressalta que a incursão foi projetada para proteger seus assentamentos na fronteira de constantes ataques russos. Este é um dos movimentos mais ousados desde o início da guerra, em 2022.
Analistas também sugeriram que a Ucrânia esperava que a Rússia realocasse tropas para a área, enfraquecendo assim a principal ofensiva oriental de Moscou.
Entretanto, esse avanço não diminuiu, com as forças russas dizendo que estavam se aproximando cada vez mais da cidade de Pokrovsk no leste da Ucrânia, um centro estratégico de transporte e retirada.
O município fica em uma rota de suprimento importante que liga a Ucrânia central a grandes cidades no leste.
Batalha em Pokrovsk
O comandante das Forças Armadas também afirmou que os russos falharam em suas tentativas de quebrar as defesas ucranianas na área de Pokrovsk no último dia.
O Estado-Maior da Ucrânia comentou que o número de ataques na direção de Pokrovsk na quinta-feira foi de 58, e 36 nesta sexta-feira.
O Ministério da Defesa da Rússia pontuou mais cedo nesta sexta que suas tropas capturaram três assentamentos no leste da Ucrânia.
“Grande provocação”
A Rússia chamou a operação Kursk da Ucrânia de “grande provocação” e disse que retaliaria. Na segunda-feira, lançou mais de 200 mísseis e drones no país, mirando o setor de energia em um dos maiores ataques desse tipo da guerra.
Após o bombardeio, autoridades de Kiev repetiram pedidos para que seus aliados começassem a abater mísseis e drones russos sobre as regiões ocidentais da Ucrânia para ajudar as defesas aéreas do país e proteger civis.
O ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, destacou no Telegram nesta sexta-feira que havia abordado a questão em uma reunião informal de ministros da Defesa da União Europeia.
Ele pediu aos aliados que criassem uma zona de segurança, que ele chamou de “cinturão de defesa”, sobre as regiões ocidentais da Ucrânia.