A capital Porto Velho amanheceu mais um dia coberta por uma densa fumaça nesta quinta-feira (29). A cidade já vem registrando um ar com péssima qualidade desde o começo de agosto.
No dia 15 desse mês, pelo menos quatro voos que teriam como destino a capital de Rondônia precisaram ser cancelados ou desviados devido às condições climáticas da cidade.
De acordo com dados da plataforma IQAir, a cidade registrava uma qualidade do ar considerada perigosa. O índice de partículas finas, usado para medir essa taxa, marcava 384,3 microgramas por metro cúbico no começo da tarde de hoje (29). Esse número está cerca de 77 vezes acima do limite recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Rondônia passa por uma grave situação ambiental, agravada pela escassez de chuvas e intensificação do fenômeno El Niño. Somente em agosto, houve um aumento de 23,7% nos focos de incêndios do estado.
Os números superam significativamente os registrados em anos anteriores, contabilizando 4.197 focos de incêndio nos municípios e 690 em áreas de conservação estadual, totalizando 4.887 focos entre 1° de janeiro e 19 de agosto de 2024, que representa o dobro dos registros durante todo o ano de 2023.
Na quarta-feira (28), o governador do estado, Marcos Rocha (União Brasil), publicou um decreto que suspende a permissão para o uso do fogo em todo o estado por um período de 90 dias.
O decreto atende ao Plano de Operações para Temporada de Incêndios Florestais (POTIF) 2024, traçado pelo Corpo de Bombeiros Militar de Rondônia (CBMRO) e estabelece que todos os órgãos estaduais, sob coordenação do Comitê Estadual de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (CEPCIF), estarão mobilizados para prevenir e combater as queimadas.