A Justiça de São Paulo condenou Anaflavia Martins Meneses Gonçalves a 85 anos e cinco meses de prisão por matar os pais e o irmão em Santo André, na Grande São Paulo. O caso ocorreu em janeiro de 2020. A decisão foi tomada por júri popular na última terça-feira (27).
Ela foi condenada por homicídio triplamente qualificado, destruição de cadáver, roubo e associação criminosa. Anaflavia, que já está presa, não poderá recorrer em liberdade.
“O regime inicial que mais se ajusta para o cumprimento das penas privativas de liberdade impostas, quer pela gravidade dos delitos perpetrados, sendo os homicídios e o roubo hediondos, quer em razão da quantidade de reprimenda imposta à ré, é o fechado”, diz a sentença.
Em agosto do ano passado, a ré havia sido condenada a 61 anos de prisão, mas a pena foi anulada. Na sentença da época, o juiz Lucas Tambor Bueno destacou que as circunstâncias dos fatos extrapolaram “aquelas normais para este tipo de crime”, bem como “houve nítida premeditação para as práticas delitivas”.
Outras quatro pessoas que tiveram participação no crime também foram condenadas à prisão no ano passado.
A CNN tenta contato com a defesa de Anaflavia Martins Meneses Gonçalves.
Relembre o caso
O crime ocorreu por volta das 2h32 do dia 28 de janeiro de 2020. Agentes do 6º Batalhão da Polícia Militar da região foram acionados para atender a uma ocorrência de veículo incendiado. Depois que o fogo foi controlado, os policiais encontraram três corpos no porta-malas do carro, que estava na Estrada do Montanhão, na cidade vizinha de São Bernardo do Campo.
A residência das vítimas ficava em um condomínio no bairro Jardim Irene, em Santo André, a 6,5 quilômetros dali. As vítimas foram Flaviana de Meneses Guimarães, de 40 anos, Romuyuki Veras Gonçalves, de 43, e Juan Victor Meneses Gonçalves, de 15.
Para prender Anaflavia e sua companheira, Carina Ramos de Abreu, a polícia alegou haver contradições nos depoimentos, como horários de atividades ao longo daquele dia.
“Carina e Anaflávia mataram as vítimas por motivo torpe, consistente na cobiça de ambas, em ficar com a casa, com os veículos, com o dinheiro que achavam que estava no cofre, e com o dinheiro do seguro de vida. Os outros três envolvidos agiram mediante promessa de recompensa”, sustentou o Ministério Público, à época do crime.
Conforme os autos, a Anainformou a então companheira da existência de um cofre na casa da família e facilitou a entrada da companheira e de três comparsas no condomínio. “Os cinco subtraíram objetos, mataram e carbonizaram as vítimas, cujos corpos foram encontrados apenas no dia seguinte dentro de um carro”, afirmou o TJ-SP.
* Sob supervisão
(Com informações do Estadão Conteúdo)