As negociações têm se mostrado significativamente mais eficazes do que operações militares na libertação de reféns israelenses mantidos em Gaza, segundo avaliação do analista de Internacional da CNN Lourival Sant’Anna.
Durante sua participação no programa CNN Prime Time, Sant’Anna apresentou dados contundentes que corroboram essa afirmação.
De acordo com o analista, dos 250 reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro, 108 foram libertados em novembro por meio de negociações que envolveram troca de prisioneiros e um cessar-fogo temporário.
Em contrapartida, apenas oito reféns foram resgatados com vida pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) em operações militares.
Desafios das operações de resgate
Sant’Anna ressaltou a dificuldade de realizar operações de resgate bem-sucedidas, especialmente em áreas de túneis.
O recente resgate de Kaid Farhan Al-Qadi, um beduíno de cidadania israelense, foi descrito como uma descoberta durante uma operação de varredura, e não como um resgate planejado.
O analista também destacou que, segundo estimativas israelenses, 36 reféns provavelmente já faleceram, enquanto 105 podem ainda estar vivos e aguardando libertação.
Esses números reforçam a urgência de encontrar soluções eficazes para a crise.
Perspectivas de negociações futuras
Sant’Anna mencionou que negociações estão programadas para ocorrer em Doha, no Qatar, com a participação inédita de representantes das FDI, do Mossad (serviço secreto externo) e do Shin Bet (serviço secreto interno).
Esta composição pode sinalizar um maior empenho do governo israelense em avançar nas negociações.
No entanto, o analista apontou obstáculos significativos, como a resistência de membros do gabinete de Netanyahu a qualquer negociação com o Hamas.
Além disso, há pontos de discordância sobre a presença militar israelense no corredor de Filadélfia, que liga Gaza ao Egito, e sobre o poder de Israel de vetar a libertação de certos prisioneiros palestinos.
Sant’Anna concluiu que o maior desafio para o avanço das negociações é a posição do próprio primeiro-ministro Netanyahu, que se encontra politicamente limitado por ministros linha-dura em seu gabinete, cuja saída poderia desestabilizar seu governo.
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