O Kremlin disse na segunda-feira (26) que viu reportagens na mídia sobre a morte de um conselheiro de segurança da Reuters em um ataque com mísseis a um hotel ucraniano, e afirmou que Moscou mira apenas a infraestrutura militar na Ucrânia.
“Vou dizer mais uma vez. Os ataques (russos) são realizados contra objetos de infraestrutura militar ou contra alvos relacionados à infraestrutura militar de alguma forma”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos repórteres em uma teleconferência quando questionado sobre o incidente.
Peskov não disse se considera os conselheiros de segurança que protegem jornalistas como pertencentes à categoria militar. Quando a Reuters solicitou mais detalhes e uma explicação sobre seus comentários, Peskov não respondeu imediatamente.
Ryan Evans, um membro da equipe da Reuters que cobre o conflito na Ucrânia, foi morto e dois jornalistas da Reuters ficaram feridos em um ataque a um hotel na cidade de Kramatorsk, no leste da Ucrânia, informou a agência de notícias no domingo (25).
Como muitas organizações de notícias, a Reuters emprega conselheiros de segurança para trabalhar com jornalistas em zonas de conflito.
Evans, um ex-soldado britânico de 38 anos, trabalhava com a Reuters desde 2022 e orientava seus jornalistas sobre segurança em todo o mundo, incluindo na Ucrânia, Israel e durante os Jogos Olímpicos de Paris.
O presidente Volodymyr Zelensky disse que o hotel foi atingido por um míssil Iskander russo, um míssil balístico que pode atingir distâncias de até 500 km.
A Reuters não conseguiu verificar de forma independente se o míssil que atingiu o hotel foi disparado pela Rússia ou se foi um ataque deliberado contra o edifício.
Peskov, o porta-voz do Kremlin, disse que leu reportagens na mídia sobre o que aconteceu.
“Eu li informações de funcionários da (agência de notícias) que não estamos falando de um jornalista aqui, mas de algum tipo de conselheiro de segurança”, disse Peskov.
A Rússia tem repetidamente negado que tem civis ou infraestrutura civil como alvos.