María Corina Machado e Edmundo González, líderes da oposição na Venezuela, publicaram nas redes sociais nesta sexta-feira (23) uma carta que teria sido enviada pela vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, a eles.
No documento, datado do dia 16 de agosto deste ano, Kamala teria chamado o governo de Nicolás Maduro de “regime que se recusa a aceitar os resultados das eleições democráticas de 28 de julho”.
Ela também teria destacado que o resultado detalhado das votações para a Presidência venezuelana devem ser divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral.
O site Miami Herald também publicou trechos da carta e atribuiu a autoria a Kamala Harris. A vice-presidente dos Estados Unidos não se pronunciou sobre o assunto até o momento.
González e Machado destacaram em suas publicações que “saber que não estamos sozinhos nos dá ainda mais força”.
Leia a carta que seria de Kamala Harris:
Caros Sr. González Urrutia e Sra. Machado,
Obrigada por suas cartas recentes. Estou animada que vocês me escreveram, reconhecendo que o povo venezuelano e a oposição enfrentam crescente repressão, prisões e censura por um regime que se recusa a aceitar os resultados das eleições democráticas de 28 de julho.
A coragem demonstrada pelo povo venezuelano, que continua a defender seus direitos e exigir um futuro democrático, é admirável e necessária na marcha da Venezuela em direção a uma democracia restaurada.
Os eventos recentes em torno da eleição presidencial de 28 de julho destacam a extrema necessidade de transparência e responsabilização dentro do sistema eleitoral venezuelano. É crucial que o Conselho Eleitoral Nacional Venezuelano se atenha aos mais altos padrões de transparência.
Esta transparência deve incluir a publicação dos resultados eleitorais ao nível de seção eleitoral. Tal transparência não é apenas um aspecto fundamental de um processo democrático, mas também serve como um passo crítico para refletir a vontade do povo venezuelano.
Os Estados Unidos apoiam o desejo do povo venezuelano por uma mudança pacífica e democrática após anos de corrupção governamental, abuso de poder e má gestão econômica.
Peço veementemente às forças de segurança na Venezuela que demonstrem contenção, respeitem os direitos humanos e a liberdade de expressão de todos os venezuelanos e protejam o povo venezuelano de ameaças e ataques políticos.
As violações desses direitos apenas aprofundam a crise e dificultam os esforços em direção a uma resolução pacífica e democrática.
A comunidade internacional, particularmente os países dentro do nosso hemisfério compartilhado, deve permanecer vigilante e vocal na condenação dessas violações e no apoio ao povo venezuelano em sua busca por justiça e democracia.
Como eles mostraram, nossos parceiros na região desempenham um papel vital em garantir que as vozes do povo venezuelano sejam ouvidas e respeitadas.
Os Estados Unidos permanecerão firmes com o povo venezuelano em sua luta pela liberdade e democracia. Continuaremos a encorajar as partes na Venezuela a iniciar discussões sobre uma transferência de poder respeitosa e pacífica, de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano.