Pacotes de explosivos e uma maquete do que parece ser o Palácio da Justiça da Colômbia encontrados em ordens de busca e apreensão na última terça-feira (13) levaram autoridades do país a um estado de alerta sobre um possível atentado contra a Suprema Corte.
A descoberta, revelada pelas autoridades nesta sexta (16), levou a medidas de reforço de segurança da sede da Suprema Corte e outras instalações judiciais do país, com equipamentos anti-explosivos, uso de drones para “monitoramento contínuo”, e equipes especializadas em segurança.
De acordo com a Procuradoria-Geral do país, as operações policiais foram realizadas em dois imóveis no sul de Bogotá e levaram à apreensão de quilos de explosivos, 68 cartuchos de bala, dois carregadores de fuzil, um colete de uso exclusivo de militares e uma maquete que parece corresponder ao edifício do Palácio da Justiça.
“Continuaremos vigiando de perto esta situação para garantir que sejam adotadas todas as medidas necessárias para prevenir qualquer ameaça contra a Suprema Corte e outras instâncias judiciais do país”, informou o governo de Gustavo Petro.
Em coletiva de imprensa nesta sexta, o diretor geral da Polícia Nacional da Colômbia, William Salamanca, informou que um dos imóveis que foi alvo de buscas era moradia de um homem identificado como Alarcón, que tinha antecedentes por tráfico de drogas e que havia sido assassinado no dia anterior.
As investigações agora tentam determinar, segundo a Procuradoria-Geral do país, os responsáveis “pelo suposto planejamento de ataques contra instituições e personalidades, detectado nas últimas semanas”.
A suspeita de que o Palácio da Justiça seja alvo de um plano de atentado remete a um doloroso episódio que marcou a Colômbia: em 1985, a sede da instituição foi tomada por guerrilheiros do grupo M-19, que mataram os guardas que vigiavam a porta e mantiveram juízes, funcionários e visitantes como reféns no interior do edifício durante quase 30 horas.
Para acabar com o sequestro, militares acabaram invadindo o palácio e o enfrentamento resultou em mais de 100 mortes, incluindo de juízes e do presidente da Suprema Corte, Alfonso Reyes Echandía. Pelo menos sete pessoas continuam desaparecidas desde então.
“A segurança do Palácio da Justiça está fortalecida”, disse o diretor geral da Polícia Nacional, evitando, no entanto, comparar a suposta ameaça com o ocorrido em 1985. “Corresponde à Procuradoria Geral da Nação investigar se era um atentado para este lugar e quem está por trás do mesmo”, afirmou.