27/01/2025 – 18h28Por: Sulbahianews
O Sulbahianews teve acesso, nesta segunda-feira, 27 de janeiro, a documentos e fotos que revelam irregularidades no Conjunto Penal de Eunápolis, denunciadas pela ex-diretora Joneuma Silva Neres.
As informações vieram à tona após a prisão da ex-gestora, suspeita de envolvimento na fuga de 16 detentos, ocorrida em 12 de dezembro de 2024.
Entre as situações relatadas, destaca-se a apreensão de uma quantidade significativa de drogas escondida em um saco de cimento, pertencente a uma empresa terceirizada que realizava reformas na unidade prisional.
Em outro episódio, ocorrido em agosto do ano passado, um carregador com seis munições foi encontrado em canos de esgoto no pavilhão B, onde estavam sendo feitas obras emergenciais.
As revistas realizadas em julho e agosto de 2024 também resultaram na apreensão de armas brancas e objetos cortantes improvisados.
Denúncias ignoradas
Antes da fuga, Joneuma havia alertado as autoridades sobre a precariedade da unidade. Em documentos obtidos pela reportagem, a ex-diretora solicitou melhorias estruturais e operacionais, incluindo a construção de um muro de segurança, o aumento do efetivo policial e a capacitação dos agentes.
Os pedidos foram formalizados ao superintendente de Gestão Prisional, Luciano Teixeira Viana, e ao secretário de Administração Penitenciária, José Castro, mas, segundo Joneuma, as demandas não foram atendidas.
Apesar das dificuldades, a ex-diretora buscou apoio em reuniões com representantes estaduais de direitos humanos e da Agência Reguladora de Serviços Públicos (AGERSA). Essas iniciativas ocorreram antes do período eleitoral e foram devidamente registradas em atas.
Histórico de problemas
Joneuma assumiu a direção do Conjunto Penal em março de 2024, tornando-se a primeira mulher a comandar um presídio masculino na Bahia. No entanto, os desafios da unidade não eram novos. Desde 2012, o local registrou 41 fugas, revelando um histórico de falhas de segurança e ausência de ações preventivas.
Prisão e investigações
A prisão de Joneuma ocorreu na tarde de 23 de janeiro, em Teixeira de Freitas, na Avenida Getúlio Vargas, próximo ao Banco do Brasil. Ela foi alvo de um mandado expedido pela Comarca de Eunápolis, como parte das investigações conduzidas pela Delegacia Territorial local.
As autoridades apuram o possível envolvimento da ex-diretora na fuga dos 16 detentos. Paralelamente, os documentos e denúncias apresentados por Joneuma reacendem o debate sobre a gestão prisional na Bahia e as condições de segurança nas unidades penitenciárias do estado. O caso segue em investigação.