A posse de Donald Trump em 20 de janeiro está repleta de ritos e tradições que datam de séculos atrás. O ponto alto da cerimônia será o momento em que o novo chefe de Estado presta o juramento, o que acontece diante do presidente da Suprema Corte. O novo líder dos EUA pode escolher ter uma Bíblia ao seu lado durante essa parte da cerimônia, mas o uso não é obrigatório, nem é uma lei.
A Constituição dos Estados Unidos não faz qualquer menção a uma Bíblia durante o juramento. O Artigo VI, Seção 3 diz apenas: “Os Senadores e Representantes antes mencionados, e os Membros das diversas Legislaturas Estaduais, e todos os Oficiais executivos e judiciais, tanto dos Estados Unidos quanto dos diversos Estados, serão obrigados por Juramento ou Afirmação, a apoiar esta Constituição”.
Além disso, o presidente e o vice têm que dizer o seguinte verso durante a cerimônia: “Juro solenemente que eu vou fielmente executar o cargo de presidente dos Estados Unidos e, da melhor maneira possível, vou preservar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos”. Muitos americanos acreditam que o juramento deve terminar com as palavras “Que Deus me ajude”. Mas a Constituição não prevê esse adendo, ainda que muitos presidentes o tenham adotado na cerimônia.
Bíblias no juramento
A grande maioria dos chefes de Estado utilizou uma ou mais Bíblias durante a posse. Quando entrou no cargo, por exemplo, Joe Biden usou uma Bíblia de 13 cm de espessura que estava na sua família desde o fim dos anos 1800.
Kamala Harris usou dois exemplares do livro sagrado, um deles pertencia ao ex-juiz da Suprema Corte, Thurgood Marshall, o primeiro magistrado negro a ocupar um posto no tribunal mais alto dos Estados Unidos. A outra Bíblia pertencia a Regina Shelton, ex-vizinha de Harris na Califórnia, a quem ela considera uma “segunda mãe”.
Em 2017, Donald Trump também optou por usar duas Bíblias: uma que pertenceu a Abraham Lincoln e outra que o republicano ganhou da mãe quando era criança. Para este ano, não foi revelado ainda qual será o livro utilizado no juramento (e se haverá algum).
Mesmo assim, nem todos os presidentes optaram por usar uma Bíblia durante o juramento. John Quincy Adams, sexto presidente americano, optou por utilizar um volume de leis ao jurar a Constituição, em 1825.
Theodore Roosevelt, em 1901, fez o juramento sem qualquer livro ou texto religioso. Ele tomou posse após o seu antecessor, William McKinley, ser assassinado.
Lyndon B. Johnson prestou o juramento usando um missal católico (livro com liturgias de missa) que pertencia ao antecessor dele, John F. Kennedy, assassinado horas antes. Johnson foi empossado dentro do avião presidencial, o Air Force One.