O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky afirmou nesta quinta-feira (02) que está se preparando para restabelecer laços diplomáticos com a Síria, menos de um mês após a deposição do governo de Bashar al-Assad, apoiado pela Rússia em Damasco.
O líder ucraniano falou sobre o tema após uma visita do ministro das Relações Exteriores, Andrii Sybiha, à Síria. Vitaliy Koval, que comanda a pasta da agricultura, também foi ao país e afirmou anteriormente que a Ucrânia já havia enviado uma remessa de assistência alimentar.
“Nós estamos nos preparando para reatar relações diplomáticas com a Síria e a cooperação em organizações internacionais”, anunciou Zelensky.
A Ucrânia cortou laços diplomáticos com a Síria em junho de 2022, após o então governo em Damasco ter dito que reconhecia a “independência” dos territórios ocupados pela Rússia nas regiões ucranianas de Donetsk e Luhansk.
Desde que rebeldes depuseram o presidente da Síria no mês passado, a Ucrânia tem se movimentado para construir laços com os novos mandatários islâmicos.
A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 2022, era uma forte aliada de Assad e deu asilo político a ele.
Capital da Ucrânia, Kiev também planeja incrementar o comércio com o Líbano e, no mínimo, dobrar as exportações agrícolas, atualmente de 400 milhões de dólares, adicionou Zelensky.
Anteriormente, o governante afirmou que a Ucrânia iria enviar 500 toneladas de farinha de trigo para a Síria sob o acordo de grãos “Grain from Ukraine”, uma iniciativa de Kiev em cooperação com o Programa Alimentar Mundial da ONU.
A entrega providenciaria recursos para cerca de 167 mil sírios por um mês, afirmou o ministro Koval em uma entrevista.
Ele adicionou que a remessa não será a última e a Síria também estava interessada em entregas de petróleo, açúcar e carne.
“Hoje, no nível do diálogo governamental, nós entendemos claramente que o apoio deve ser sustentável e não ocorrer de forma única, mas sim duradoura e previsível”, pontuou Koval.
Moscou, capital russa, também afirmou que está em contato com a nova administração em Damasco, inclusive a respeito do destino de instalações militares russas na Síria.