O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (26) que não há mais tempo para assinar um novo acordo de trânsito de gás com a Ucrânia neste ano.
Putin culpou a Ucrânia por se recusar a estender o pacto que leva o insumo para a Eslováquia, a República Tcheca e a Áustria.
“Eles anunciaram que não renovariam o contrato”, disse Putin, acrescentando que Kiev está punindo toda a Europa com essa medida.
O atual acordo de trânsito de gás de cinco anos entre a Rússia e a Ucrânia termina no final deste ano.
“Não há contrato e é impossível concluí-lo em 3 ou 4 dias”, continuou Putin em uma entrevista coletiva televisionada.
O fornecimento de gás russo para a Europa via Ucrânia é relativamente pequeno. A Rússia enviou cerca de 15 bilhões de metros cúbicos de gás através da Ucrânia em 2023 – o equivalente a 8% do pico dos fluxos de gás russo para a Europa através de várias rotas em 2018 e 2019.
O gasoduto Urengoy-Pomary-Uzhgorod, da Era soviética, traz gás da Sibéria através da cidade de Sudzha – que agora está sob controle das forças militares ucranianas – na região russa de Kursk. Em seguida, o gasoduto passa pela Ucrânia e chega à Eslováquia.
Na Eslováquia, ele se divide em ramificações que vão para a República Tcheca e a Áustria.
Putin ressaltou que a Rússia está pronta para fornecer gás através da Ucrânia para qualquer país, mas que isso está se tornando impossível.
O presidente russo reiterou que a Rússia está pronta para fornecer gás para a Europa via Polônia por meio do gasoduto Yamal – Europa.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin. Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.
Rússia planeja construir núcleo de nova estação espacial até 2030