O número de óbitos de pessoas que viviam em domicílios com pelo menos um morador indígena no Brasil em 2022 mais que dobrou em relação a 2010, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados são do Censo Demográfico 2022: Indígenas: Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana ou rural do domicílio, divulgados nesta quinta-feira (19).
O total passou de 6.390 no ano de 2010 para 14.493, o que representa um aumento de aproximadamente 127%. A maior parte das mortes foi registrada fora de Terras Indígenas.
Em 2022, dos 14.493 óbitos contabilizados, 11.765 ocorreram fora dessas áreas, enquanto 2.728 foram registrados dentro de Terras Indígenas.
Em áreas urbanas, o número de óbitos saltou de 4.130, em 2010, para 10.411, em 2022, representando um aumento de 152%.
Já nas áreas rurais, os óbitos passaram de 2.260 para 4.082, um crescimento de 80,6% no período.
Localização dos óbitos em 2022
Dentro de Terras Indígenas:
- Áreas urbanas: 322 óbitos
- Áreas rurais: 2.406 óbitos
Fora de Terras Indígenas:
- Áreas urbanas: 10.089 óbitos
- Áreas rurais: 1.676 óbitos
Entre janeiro de 2019 e julho de 2022, foram registrados 41.460 óbitos de pessoas residentes em domicílios indígenas.
A maior parte aconteceu fora de Terras Indígenas, totalizando 34.339 mortes. Dentro dessas áreas, foram 7.121 registros.
Nas áreas urbanas, 30.752 óbitos foram contabilizados no período. Já nas áreas rurais, o número chegou a 10.708.
População indígena cresce 88% no Brasil
A população indígena brasileira cresceu 88,89% entre 2010 e 2022, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de pessoas que se identificam como indígenas passou de 896.917 em 2010 para 1.694.836 em 2022.
No Censo, definiu-se como indígena a pessoa residente em localidades indígenas que se declarou indígena pelo quesito de cor ou raça ou pelo quesito se considera indígena.
Os dados dos estudo também apontam um aumento na urbanização da população indígena.