O governo argentino, liderado por Javier Milei, acusou a Venezuela de fazer um policial argentino refém após sua prisão ao entrar no país.
A situação tem escalado as tensões entre as duas nações, com a Argentina exigindo a libertação imediata do agente e ameaçando com possíveis consequências.
O incidente ocorreu quando um membro da Gendarmeria Nacional Argentina, uma das forças de segurança do país, foi detido ao cruzar a fronteira da Colômbia para a Venezuela por via terrestre. A prisão, que teria acontecido no domingo (8 de dezembro), foi denunciada pela Argentina na última sexta-feira (13).
Acusações e desmentidos
O chanceler argentino, em entrevista à Rádio Mitre, caracterizou a situação como um “sequestro”, alegando que as autoridades argentinas desconhecem o paradeiro do policial e não têm acesso a ele para prestar assistência consular.
Por outro lado, Diosdado Cabello, número dois do chavismo e ministro do Interior da Venezuela, confirmou a prisão, sugerindo que o policial estaria em uma missão no país. Essa afirmação foi prontamente desmentida pela ministra da Segurança argentina, Patricia Bullrich, que declarou que o agente estava em viagem pessoal para visitar a namorada e a filha na Venezuela.
Tensões diplomáticas
A situação agravou-se com as declarações de Bullrich, que chamou Cabello de “capacho de uma ditadura criminosa e covarde” e ameaçou a Venezuela com consequências caso o policial não seja libertado imediatamente.
O porta-voz da Casa Rosada esclareceu que as consequências mencionadas seriam de natureza diplomática. Vale ressaltar que a Argentina não possui corpo diplomático na Venezuela desde julho, após fazer declarações sobre o processo eleitoral venezuelano, resultando na expulsão de seus diplomatas do país.
Mediação brasileira
Diante desse impasse, a Argentina solicitou ajuda ao Brasil para prestar assistência ao policial detido. O Itamaraty encaminhou um pedido à embaixada brasileira em Caracas para entrar em contato com a chancelaria venezuelana e obter informações sobre o agente argentino.
A embaixada brasileira na Venezuela assumiu os interesses argentinos no país após a expulsão dos diplomatas, tornando-se um importante intermediário nesta crise diplomática. O governo argentino afirma estar fazendo todos os esforços possíveis para garantir a libertação do gendarme.
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