O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou nesta terça-feira (17) que a queda de Bashar al-Assad na Síria não significa que “a resistência na região acabará”.
Khamenei também disse à multidão que “Israel será erradicado”, e não as forças do Hezbollah. As pessoas reunidas gritavam “morte a Israel”.
Enquanto isso, durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ismail Baghaee, mencionou que não houve nenhuma comunicação da nova administração dos Estados Unidos sobre próximos passos.
Os comentários vêm em um momento em que o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, se prepara para uma visita ao Egito para discutir assuntos regionais e bilaterais.
As relações entre o Egito e o Irã têm sido tensas nas últimas décadas, mas os dois países intensificaram os contatos diplomáticos de alto nível desde o início da crise em Gaza em 2023.
Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad