A investigação da morte de Darik Sampaio da Silva, adolescente de 13 anos atingido em março por dois tiros supostamente disparados pela Polícia Militar de Pernambuco, foi reaberta pela Polícia Civil.
A decisão foi tomada pela Subprocuradoria-Geral de Justiça, que recomendou a realização de novas perícias, incluindo uma reconstituição do caso. Nesta terça-feira (17), a Polícia Civil de Pernambuco confirmou à CNN que irá cumprir as diligências solicitadas.
A reavaliação do caso ocorre após a juíza Fernanda Moura de Carvalho, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, rejeitar o pedido de arquivamento feito pelo promotor Ademilton Carvalho Leitão.
O pedido de arquivamento foi feito em 4 de dezembro pela Central de Inquéritos do Ministério Público de Pernambuco (MP-PE), que alegou não ter identificado o autor dos disparos. No entanto, a juíza responsável pelo caso destacou na decisão que ainda existem suspeitos a serem investigados.
À época, o Tribunal de Justiça de Pernambuco informou à CNN que a juíza determinou o envio dos autos ao Procurador-Geral de Justiça para uma nova análise.
Segundo as investigações, Darik Sampaio da Silva foi atingido por duas balas perdidas enquanto suspeitos, em fuga em um veículo Chevrolet Tracker roubado, eram perseguidos pela polícia na Rua Professora Arcelina Câmara, no bairro do Jordão, zona sul do Recife. O adolescente, que era atleta de futsal do Sport Club do Recife, morreu poucas horas depois devido aos ferimentos.
A versão inicial da Polícia Militar indicava que houve uma troca de tiros, mas, em investigação da Polícia Civil, essa hipótese foi descartada. Ficou confirmado que apenas os policiais militares realizaram disparos.
No entanto, a Polícia Civil não conseguiu identificar qual dos cinco PMs envolvidos no caso foi o responsável pelos tiros que mataram Darik, uma vez que os policiais se negaram a participar da reprodução simulada.
No documento, a juíza considerou “precipitada” a decisão de arquivamento e argumentou que ainda havia a possibilidade de a autoridade policial realizar mais diligências para buscar “elementos mínimos indiciários” que pudessem ajudar a identificar o autor dos disparos. Para a magistrada, o inquérito apresenta “um leque de possíveis autores” e não a ausência de suspeitos.