O Ministério Público enviou um ofício cobrando esclarecimentos da Secretaria Estadual de Saúde sobre a capacidade técnica do laboratório PCS Saleme em proporcionar a retestagem dos exames realizados pela clínica, e lembrando que os testes não devem se restringir apenas aos de sorologia para detecção do HIV.
No documento, o Ministério Público lembra que os testes são “assegurados aos pacientes que estejam com dúvida do resultado processado pelo Laboratório PCS Lab Dr. Saleme, nas unidades alcançadas pelo contrato firmado entre tal laboratório e o órgão estadual de saúde, o direito de se submeterem a um novo exame laboratorial”.
O ofício ainda cobra explicações sobre o planejamento de divulgação da retestagem nos canais de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde, e solicita que as campanhas sejam rapidamente executadas nos canais oficiais dos órgãos envolvidos.
Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que irá reforçar a divulgação dos canais de solicitação de exames aos pacientes que desejarem refazer os testes de HIV, realizados pelo laboratório PCS Saleme, entre dezembro de 2023 e outubro de 2024. “A Secretaria também fará comunicação direta às direções das unidades de saúde estaduais”, encerra a nota.
Relembre o caso
Autoridades investigam a infecção de pacientes com HIV após receberem órgãos transplantados no Rio de Janeiro. O caso é analisado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Sáude, Polícia Federal, Polícia Civil e Ministério Público do Rio de Janeiro.
Seis pessoas contraíram a doença após passarem pelo procedimento.
Dois doadores teriam feito exame de sangue em um laboratório privado na Baixada Fluminense e os resultados apresentaram falso negativo.
A CNN confirmou que os testes foram realizados pelo laboratório PCS Lab Saleme, que possui sede em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O laboratório foi contratado pela Secretaria de Estado de Saúde para testar os doadores de órgãos.
É a primeira vez que algo do tipo ocorre no Brasil. Apenas no Rio de Janeiro, 16 mil pessoas já passaram por transplantes desde 2006.