Uma autoridade da agência da ONU para refugiados disse na terça-feira (17) que cerca de um milhão de refugiados sírios devem retornar ao país nos primeiros seis meses de 2025, pedindo aos estados que se abstenham de forçá-los a fazer isso.
Um avanço relâmpago dos rebeldes tirou o presidente da Síria, Bashar al-Assad, do poder neste mês, chocando o mundo e levantando a perspectiva de que algumas das milhões de pessoas que fugiram do país durante sua guerra civil de 13 anos possam retornar.
“Agora prevemos que esperamos ver algo em torno de um milhão de sírios retornando entre janeiro e junho do ano que vem, então compartilhamos esse plano com os doadores, pedindo seu apoio”, disse Rema Jamous Imseis, diretora da Agência da ONU para refugiados (ACNUR) para o Oriente Médio e Norte da África.
“Temos enormes necessidades humanitárias em uma escala que não diminuiu de forma alguma”, acrescentou ela, observando que um milhão de pessoas foram deslocadas internamente desde que o avanço rebelde começou.
Imediatamente após os rebeldes tomarem o poder, milhares de pessoas fugiram da Síria, enquanto milhares também retornaram ao país, principalmente da Turquia, Líbano e Jordânia, disse Imseis.
Ela acrescentou que alguns dos que estão fugindo podem estar ligados ao antigo governo ou ser minorias religiosas com preocupações sobre sua posição sob as novas autoridades, lideradas pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que já teve laços com a Al-Qaeda.
Os países devem ser pacientes enquanto os refugiados sírios consideram se devem retornar, ela acrescentou. “É importante manter essa proteção para os sírios que já encontraram refúgio nos países anfitriões, e que eles não sejam devolvidos à força para a Síria”, ela disse.
Questionada sobre as decisões de alguns países de congelar os pedidos de asilo para sírios, ela disse: “Fomos muito claros no aviso de não retorno a todos os países. É muito cedo para tomar essa decisão sobre a segurança e estabilidade da Síria e há muitas perguntas que precisam ser respondidas.”
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