Um general russo acusado pela Ucrânia de ser responsável pelo uso de armas químicas contra tropas ucranianas foi assassinado em Moscou pelo serviço de inteligência da Ucrânia na manhã desta terça-feira (17).
O Tenente-General Igor Kirillov, que era chefe das tropas de proteção nuclear, biológica e química da Rússia, foi morto do lado de fora de um prédio de apartamentos junto com seu assistente quando uma bomba escondida em uma scooter elétrica explodiu.
A informação foi confirmada por um comitê russo investigativo, que trata o caso como “ato terrorista”.
A filmagem da câmera de segurança da cena mostra o momento das explosões. A Reuters foi capaz de confirmar o local e a data do vídeo das estruturas do edifício, posicionamento da scooter elétrica na entrada e os danos causados que combinam com as confirmações da Reuters e fotografias da cena.
Uma fonte da SBU confirmou à Reuters que a agência de inteligência ucraniana estava por trás do ataque. A fonte disse que uma scooter contendo explosivos foi detonada, matando tanto Kirillov e seu assessor, quando saíram de um prédio na Ryazansky Prospekt em Moscou.
Saiba quem era o general russo assassinado
O Tenente-General Igor Kirillov era o chefe das forças de proteção nuclear, biológica e química da Rússia, com o título oficial de Chefe das Tropas de Defesa de Radiação, Química e Biológica das Forças Armadas Russas.
Ele estava no cargo há mais de sete anos, foi nomeado em 2017 após comandar a Academia Militar de Radiação, Defesa Química e Biológica do país entre 2014 e 2017, segundo a mídia estatal russa TASS.
Na segunda-feira (17), Kirillov foi acusado pelo uso de armas químicas proibidas na guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Conforme o Serviço de Segurança da Ucrânia, mais de 4.800 casos de uso russo de munições químicas foram registrados sob as ordens de Kirillov desde o início da guerra.
O general também foi sancionado pela Grã-Bretanha pelo “uso abominável de armas químicas desumanas” no campo de batalha na Ucrânia.
Os serviços de segurança da Ucrânia estavam por trás do assassinato do tenente-general russo, Igor Kirillov, afirmou uma fonte com conhecimento da operação à CNN.
Entenda a guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.