A garça vista com um copo de plástico preso no pescoço na cidade do Rio de Janeiro foi resgatada, passou por uma cirurgia e voltou ao seu habitat natural no último domingo (15).
A ave foi solta na região do Recreio dos Bandeirantes, mesmo local em que foi avistada pela primeira vez pelo veterinário Jeferson Pires. “Acabamos de soltar a garça depois de resgatá-la. Ela estava muito bem, estava calma. Todos os seus testes foram excelentes”, disse Pires.
O veterinário foi responsável pelo tratamento do animal. “Eu a anestesiei, limpei seu ferimento, vi que era um ferimento muito pequeno, uma dermatite de contato de outra pequena perfuração na base do pescoço, provavelmente por conta de um peixe que ela deve ter tentado deglutir e não conseguiu por causa do copo”, contou Jeferson à agência de notícias Reuters.
A ave foi identificada como sendo da espécie Garça-moura (Ardea cocoi), a maior da América Latina. O copo preso na garganta da ave tinha 200 milímetros e o animal apresentava peso um pouco abaixo do ideal, devido a dificuldade de se alimentar devido ao plástico.
“De agora em diante ela terá uma vida normal. Ela vai se virar muito bem sozinha e, se Deus quiser, não vai encontrar plástico nem copos no caminho,” disse o veterinário Pires.
Risco do descarte irregular de lixo
Os veterinários e ambientalistas alertam para o perigo do descarte irregular de lixo para a vida selvagem. “O que a gente viu através dessa garça, é o quanto esses animais são impactados pelo plástico, como o descarte incorreto de produtos que a gente usa pode causar”, afirma a ambientalista Isabelle de Loys.
A destinação correta do plástico e outros materiais é fundamental para o meio ambiente, destacam os ambientalistas. “Quando tomamos suco ou pegamos um canudo não podemos simplesmente jogá-los em qualquer lugar. Isso acaba em lagoas, rios, praias e consequentemente afetará nossa fauna”, concluiu Isabelle.