O secretário de Estados dos Estados Unidos, Antony Blinken, confirmou nesta sexta-feira (13) que discutiu o dever do grupo palestino Hamas de aceitar o acordo de cessar-fogo de Gaza em suas conversas com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o ministro das Relações Exteriores do país, Hakan Fidan.
“Em minhas conversas com o presidente Erdogan e com o ministro Fidan, falamos sobre o dever do Hamas dizer sim ao acordo (de Gaza) que pode ajudar a finalmente pôr fim a isso”, disse Blinken, após sua reunião com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, em Ancara.
“Apreciamos muito o papel que a Turquia pode desempenhar ao usar sua voz junto ao Hamas para tentar concluir o acordo.”
Novas negociações para a trégua do conflito
As conversas continuam após a indicação de que israelenses e palestinos começariam novos esforços para negociar um acordo de paz na região de Gaza na quinta-feira (12). O pacto ainda busca interromper o conflito que dura mais de um ano e a libertação de centenas de reféns de ambos os lados.
A possibilidade de trégua também retorna meses depois de as primeiras negociações terem sido paralisadas.
Além de Blinken, autoridades de Israel vem discutindo o cessar-fogo na Faixa de Gaza. Entre elas está David Barnea, da agência de inteligência israelense Mossad, que esteve em Doha na última quarta-feira (11) e participou de uma reunião com premiê e ministro das Relações Exteriores do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses.
Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns. O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.