A Polícia Civil do Rio de Janeiro realiza, na manhã desta sexta-feira (13), uma operação no Complexo do Lins, na zona norte da capital. O objetivo da ação é garantir que agentes possam realizar perícia na casa de onde teria partido o tiro que matou a médica e capitã da Marinha Gisele Mendes de Souza e Mello.
Equipes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) estão no local para realizar as perícias complementares. O imóvel onde estaria a pessoa que efetuou o disparo fica na parte alta da comunidade.
Uma perícia anterior já havia concluído que a bala que matou a médica foi disparada por criminosos da região, segundo informação confirmada por fontes da polícia à CNN.
A médica da Marinha Gisele Mendes de Souza e Mello, de 55 anos, foi a 105ª vítima de bala perdida no Grande Rio em 2024. A capitão de mar e guerra morreu após levar um tiro na cabeça enquanto participava de uma cerimônia no Hospital Naval Marcílio Dias, nesta terça-feira (10).
Quem era a médica
Militar da Marinha desde 1995, a médica Gisele Mendes de Souza e Mello foi atingida na cabeça por uma bala perdida na manhã de terça-feira (10) durante um evento que ocorria dentro do Hospital Naval Marcílio Dias, em Lins de Vasconcelos, na zona norte do Rio de Janeiro.
Gisele chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos. A morte foi confirmada pela Marinha na tarde do mesmo dia em que Gisele foi baleada.
A médica era especializada em geriatria e atuava como superintendente de saúde no próprio Hospital Marcílio Dias — o mesmo local onde ela foi atingida pelo disparo de arma de fogo.
A profissional se formou em medicina em 1993 pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Ela possuía registro válido no Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 1994, com título de especialista em geriatria.
Segundo o Portal da Transparência do governo federal, Gisele ingressou no serviço público em 1995. Atualmente, ela possuía a patente de capitão-de-mar-e-guerra. Esse é o último posto antes da designação de contra-almirante –o primeiro dentro da classificação de oficial general.
Antes de atuar no Rio de Janeiro, Gisele foi diretora do Hospital Naval de Brasília.
Em setembro do ano passado, a médica foi enviada a uma missão na Suíça. Ela participou do 11º Curso de Ética Médica Militar e do 23º Curso de Direito Internacional dos Conflitos Armados, na cidade de Spiez.
Em 2010, Gisele apresentou uma monografia cujo tema foi “Gestão do Serviço de Atendimento Domiciliar no Hospital Naval Marcílio Dias” –o mesmo onde, 14 anos depois, ela seria atingida por um disparo de arma de fogo.
(Com informações de Pedro Duran, da CNN Brasil)