O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que apoia “qualquer solução que possamos fazer para obter a paz” na entre Israel e o Hamas, mas não afirmou se impediria a anexação da Cisjordânia por Israel.
Trump deu essa resposta quando perguntado se apoia a Solução de Dois Estados durante entrevista à revista Time publicada nesta quinta-feira (12), mas ponderou que há “outras alternativas” para essa medida. De toda forma, não ofereceu detalhes sobre caminhos alternativos para a paz na região.
A Solução de Dois Estados envolve garantir a coexistência pacífica de um Estado israelense e de um Estado palestino nos territórios que hoje incluem Israel, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia ocupada.
A fala de Trump contradiz o plano que ele propôs durante seu primeiro mandato de servir como uma estrutura para concretizar a Solução de Dois Estados, que incluía planos para Israel começar a remover seus assentamentos na Cisjordânia.
O republicano não descartou permitir que Israel anexe a Cisjordânia, apontando para as consequências do ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 a Israel como um ponto de inflexão em sua visão sobre as relações na região.
Quando perguntado se ele impediria Israel de anexar a Cisjordânia, Trump disse: “Veremos o que acontece”.
“Quero uma paz duradoura, uma paz em que não tenhamos um 7 de outubro em mais três anos. E há várias maneiras de fazer isso. Você pode fazer isso em dois Estados, mas há várias maneiras de fazer isso”, comentou.
No primeiro mandato, ele também facilitou a normalização das relações entre Israel e os países árabes no Oriente Médio, conhecidos como Acordos de Abraão, abrindo caminho para uma potencial diplomacia entre israelenses e palestinos.
Após a assinatura dos Acordos de Abraão, Trump afirmou que isso era parte de uma estratégia que “priorizava a paz na região em vez da anexação da Cisjordânia”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, suspendeu temporariamente os esforços de anexação após a assinatura dos acordos.
Entenda o conflito na Faixa de Gaza
Israel realiza intensos ataques aéreos na Faixa de Gaza desde o ano passado, após o Hamas ter invadido o país e matado 1.200 pessoas, segundo contagens israelenses. Além disso, o grupo radical mantém dezenas de reféns.
O Hamas não reconhece Israel como um Estado e reivindica o território israelense para a Palestina.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu diversas vezes destruir as capacidades militares do Hamas e recuperar as pessoas detidas em Gaza.
Além da ofensiva aérea, o Exército de Israel faz incursões terrestres no território palestino. Isso fez com que grande parte da população de Gaza fosse deslocada.
A ONU e diversas instituições humanitárias alertaram para uma situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza, com falta de alimentos, medicamentos e disseminação de doenças.
A população israelense faz protestos constantes contra Netanyahu, acusando o premiê de falhar em fazer um acordo de cessar-fogo para os reféns sejam libertados.