A Ucrânia atacou um porto do sul da Rússia no Mar de Azov com mísseis, disseram autoridades, fontes e vários veículos de mídia. Além disso, o país teria lançado uma ofensiva com drones e provocou um incêndio em um depósito de petróleo na região ocidental de Bryansk.
A extensão dos danos e as armas usadas no ataque ao porto não ficaram claras, embora a Rússia tenha advertido repetidamente que o uso de mísseis dos Estados Unidos na fronteira entre os países representa o envolvimento direto do Ocidente e poderia desencadear uma guerra mais ampla.
A Ucrânia diz que os ataques a instalações de energia russas são retaliações às ofensivas à infraestrutura de energia ucraniana, que derrubaram cerca de metade da capacidade de geração disponível do país durante a guerra, danificaram a distribuição e causaram apagões.
O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as unidades de defesa aérea destruíram 14 drones ucranianos durante a noite sobre Bryansk, que faz fronteira com a Ucrânia.
O governador regional Alexander Bogomaz informou no Telegram que uma instalação de produção não especificada pegou fogo brevemente.
Os militares ucranianos pontuaram que o ataque causou um grande incêndio em um depósito de petróleo, enquanto a mídia independente russa ASTRA informou que uma refinaria havia sido atingida e mostrou chamas.
O gasoduto Druzhba, de construção soviética, que bombeia petróleo da Sibéria Ocidental e do Mar Cáspio para a Europa, passa por Bryansk, assim como o Baltic Pipeline System (BPS), que vai para o Mar Báltico.
A operadora de gasodutos do Cazaquistão, Kaztransoil, disse que Druzhba não foi danificado. Citando as autoridades russas, afirmou que uma instalação industrial pegou fogo e que não havia ameaças aos suprimentos de petróleo originários do Cazaquistão.
O Cazaquistão planeja enviar 130 mil toneladas (o equivalente a 31 mil barris por dia) de petróleo para a Alemanha em dezembro via Druzhba, além dos 1,358 milhão de toneladas enviadas neste ano.
Uma fonte do setor ucraniano afirmou que o ataque noturno a um depósito de Bryansk não afetou o trânsito de petróleo para a Europa via Ucrânia.
Entenda a Guerra entre Rússia e Ucrânia
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.