A Prefeitura de Salvador exonerou, na terça-feira (10), o diretor-geral da Direção Administrativa da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Flávio Henrique de Lacerda Pimenta, preso pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Overclean.
A demissão foi publicada no Diário Oficial do Município – Ele ocupava um cargo comissionado na atual gestão da cidade.
Pimenta é suspeito de integrar uma organização criminosa acusada de fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. Durante a prisão, a PF teria apreendido R$ 700 mil em espécie na residência do servidor, em Salvador.
A Operação Overclean, deflagrada na terça-feira, é um esforço conjunto da Polícia Federal, Ministério Público Federal, Receita Federal do Brasil e Controladoria-Geral da União. O objetivo da operação é desarticular a organização criminosa, que teria desviado recursos públicos por meio de superfaturamento em obras e fraudes em licitações, com foco em emendas parlamentares e convênios.
Até o momento, 15 pessoas foram presas e duas continuam foragidas. A operação também cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens em diferentes estados, incluindo Bahia, Tocantins, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Entre os bens sequestrados estão valores em dinheiro, imóveis de alto padrão, aeronaves, barcos e veículos de luxo, totalizando R$ 162 milhões, segundo a PF.
A organização criminosa é suspeita de ter movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão, incluindo R$ 825 milhões em contratos firmados com órgãos públicos apenas em 2024. As investigações apontam que o esquema atingiu, principalmente, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), principalmente na Coordenadoria Estadual da Bahia (CEST- BA), além de outros órgãos públicos.
Além das prisões, a operação levou ao afastamento de oito servidores públicos, incluindo o diretor-geral da Direção Administrativa da Secretaria Municipal de Educação (Smed), Flávio Henrique de Lacerda Pimenta.
A CNN tenta localizar a defesa do ex-servidor Flávio Pimenta.