O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, deu uma ordem para “retirar” os legisladores do Parlamento depois que ele declarou Lei Marcial em 3 de dezembro, disse um comandante do Exército nesta terça-feira (10).
Kwak Jong-geun, comandante do Comando Especial de Guerra do Exército, afirmou a um comitê do Parlamento que havia recebido vários telefonemas de Yoon durante a noite após a declaração da Lei Marcial.
“Ele disse para arrombar a porta e entrar lá e arrastar as pessoas que estavam la dentro”, pontuou Kwak, referindo-se aos parlamentares que estavam começando a se reunir para votar se revogariam o decreto do presidente.
Kwak ressaltou que decidiu não executar a ordem de Yoon.
O depoimento do comandante das Forças Especiais diferiu de declarações anteriores de oficiais militares de que foi o ministro da Defesa na época, Kim Yong-hyun, que deu a ordem para retirar os legisladores da câmara do Parlamento.
O ministro renunciou e foi preso.
Presidente da Coreia do Sul é investigado
Yoon Suk Yeol é alvo de investigações criminais por acusações de insurreição.
Ele se desculpou pela tentativa fracassada de impor Lei Marcial, mas não aceitou os crescentes pedidos para que ele renuncie, mesmo de alguns integrantes de seu próprio partido, o Partido do Poder Popular (PPP).
A legenda disse nesta terça-feira que está discutindo a possível renúncia de Yoon em fevereiro e a realização de uma eleição antecipada em abril ou maio.
A declaração de Lei Marcial surpreendeu o país e mergulhou a quarta maior economia da Ásia e um grande aliado dos Estados Unidos em uma crise constitucional.
O gabinete de Yoon, quando questionado pela Reuters sobre quem estava comandando a Coreia do Sul, disse que não tinha “nenhuma posição oficial a oferecer”, mas citou declarações anteriores dos ministérios das Relações Exteriores e da Defesa.
O porta-voz do Ministério da Defesa disse na segunda-feira que Yoon ainda era comandante-chefe e o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que os assuntos de estado, incluindo relações exteriores, “estavam sendo conduzidos sob um processo estabelecido na Constituição e na lei”.
Yoon revogou a lei marcial seis horas depois da votação do parlamento.
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