Mohammad Al-Bashir, líder do governo da Síria ligado aos rebeldes, foi nomeado primeiro-ministro interino do país pelos próximos três meses, segundo ele anunciou em um discurso televisionado nesta terça-feira (10).
Durante esse período, a administração dele supervisionará a transição para um novo governo.
Ministros do antigo Governo da Salvação, ligado ao Hayat Tahrir al-Sham (HTS), a principal força rebelde, bem como funcionários públicos da era de Bashar al-Assad continuarão servindo no governo interino até 1º de março de 2025, acrescentou Al-Bashir.
“Uma sessão de gabinete foi realizada, incluindo a equipe de trabalho do Governo da Salvação Sírio, que operava na região de Idlib e seus arredores, bem como o governo sírio do regime deposto. O foco da sessão foi a transferência de instituições e a gestão de assuntos em andamento”, pontuou a autoridade no discurso.
Mais recentemente, Al-Bashir serviu como primeiro-ministro do Governo da Salvação em Idlib. Ele já havia ocupado o cargo de ministro do Desenvolvimento e Assuntos Humanos.
Ele é engenheiro e possui qualificações em inglês e na lei Sharia, de acordo com seu currículo publicado no site do Governo da Salvação.
Quem é Mohammad Al-Bashir?
Mohammad Al-Bashir nasceu em 1983 na província de Idlib, na Síria, segundo biografia no site do Governo da Salvação.
Ele se formou em Engenharia Elétrica e Eletrônica na Universidade de Aleppo, a segunda maior cidade do país, em 2007.
O novo premiê interino da Síria também foi diretor do Instituto Educacional Al Amal e diretor de Educação Sharia no Ministério de Doações, Da’wah e Orientação, ainda segundo a biografia do Governo da Salvação.
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Entenda o conflito na Síria
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente Bashar al-Assad fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
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