Hayat Tahrir al-Sham (HTS) é o grupo rebelde sírio, liderado por Abu Mohammed al-Jolani, que tomou a frente na mais recente ofensiva contra o governo da Síria, resultando na queda de Bashar al-Assad no último domingo (8).
A insurgência no país cresceu rapidamente desde os primeiros ataques no final de novembro, que evoluíram para a tomada de cidades estratégicas, até a deposição de al-Assad, que estava no poder desde o ano 2000.
Confira os principais fatos sobre o grupo e seu líder.
Aqui estão as principais informações sobre o HTS:
- O grupo também é conhecido como Organização para a Libertação do Levante;
- Foi fundada por Abu Mohammad al-Jolani, um comandante militar que ganhou experiência como um jovem lutador da Al Qaeda contra os Estados Unidos no Iraque durante a invasão dos EUA antes de sua captura e prisão no país;
- Quando Jolani foi liberto, viajou para a Síria para criar a Jabhat al-Nusra, afiliada síria da Al Qaeda e operou o grupo até uma separação pública com o grupo em 2016 devido a diferenças ideológicas e oposição ao Estados Islâmico;
- Jolani então formou o HTS no início de 2017;
- Apesar do esforço do líder para distanciar o novo grupo da Al Qaeda e do EI, os Estados Unidos e outros países ocidentais designaram o HTS como uma organização terrorista em 2018 e ofereceram uma recompensa de US$ 10 milhões por ele;
- Enquanto o HTS assumiu o controle de Damasco, outros grupos controlam territórios do país, incluindo o Exército Nacional Sírio, apoiado pela Turquia, e as Forças Democráticas Sírias, lideradas pelos curdos, elementos que os turcos veem como uma organização terrorista.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.