Em entrevista à CNN, o cientista político Hussein Kalout fez um alerta sobre a recente tomada de poder pelos rebeldes na Síria, caracterizando-os como “muito mais radicais e opressores” do que o regime de Bashar al-Assad.
Kalout destacou que o grupo rebelde, autodenominado “Frente de Libertação Nacional”, tem raízes na Al-Qaeda e no Estado Islâmico. O líder do grupo, Fábio Mohamed Al-Julani, é descrito como um ex-agente da Al-Qaeda, cuja imagem está sendo promovida por alguns países como a de um líder moderado e libertador.
Risco de regime teocrático
O especialista advertiu sobre o perigo de se trocar um “regime autoritário de corte secular por um regime ditatorial teocrático de corte fundamentalista”. Ele ressaltou que, apesar das críticas ao governo de Assad, este ao menos garantia um mínimo de estabilidade e respeito aos direitos das minorias na Síria.
Kalout expressou preocupação com as ações dos rebeldes, citando invasões a cidades cristãs, destruição de igrejas e árvores de Natal. “Me parece que estamos diante de um processo muito perigoso que, passada a euforia, eu veria com muita cautela esse processo de transição”, afirmou.
Contexto geopolítico
O cientista político também abordou o papel da Rússia na situação, afirmando que os rebeldes só conseguiram chegar à Síria devido ao engajamento russo na guerra da Ucrânia. Além disso, ele mencionou que o processo de transição só foi viável porque a Rússia atuou como mediadora para evitar derramamento de sangue.
Kalout alertou ainda sobre a natureza do governo turco, descrevendo-o como parte da Irmandade Muçulmana e não como um regime secular. Ele caracterizou o governo de Erdogan como autoritário, não democrático.
Assista à entrevista na íntegra.
Saiba quem é o líder rebelde sírio e o grupo que derrubou Bashar al-Assad
Os textos gerados por inteligência artificial na CNN Brasil são feitos com base nos cortes de vídeos dos jornais de sua programação. Todas as informações são apuradas e checadas por jornalistas. O texto final também passa pela revisão da equipe de jornalismo da CNN. Clique aqui para saber mais.