Rebeldes sírios afirmam ter entrado na cidade de Homs, o que, se confirmada a captura, dividiria efetivamente o governo do presidente Bashar al-Assad em duas partes, separando os bolsões de território na costa da capital Damasco.
Imagens de redes sociais mostraram carros buzinando em celebração, enquanto um homem podia ser ouvido dizendo: “Homs está livre, pela vontade de Deus. Pela graça de Deus e dos mujahideen.”
“Após várias operações qualitativas durante a noite, os remanescentes do regime criminoso estão fugindo da cidade de Homs, e os bairros da cidade estão sendo penetrados e vasculhados em preparação para declarar sua completa libertação, se Deus quiser”, disse um porta-voz dos rebeldes do norte por volta da meia-noite, horário local, no sábado (7).
O líder dos rebeldes, Abu Mohammed al-Golani também fez uma declaração dizendo ser este um momento histórico.
“Meus queridos irmãos. Estamos vivendo os últimos momentos da libertação de Homs, com a vontade de Deus. Este é um momento histórico que vai distinguir entre o certo e o errado. Fazemos um apelo aos nossos irmãos mujahideen, como já fizemos antes, para que sejam bondosos com as pessoas, pois aqueles que depuserem suas armas devem ser mantidos em segurança, e aqueles que fugirem devem ser deixados em paz”.
A declaração ocorre apenas dois dias após os rebeldes terem capturado a cidade de Hama, ao norte de Homs, e pouco mais de uma semana após a captura de Aleppo. Enquanto isso, grupos rebeldes do sul afirmam estar trabalhando para cercar Damasco.
Após a captura de Hama pelos rebeldes, vídeos que circularam na noite de sexta-feira (6) mostraram centenas de veículos alinhados na estrada saindo de Homs — a terceira maior cidade da Síria — antes dos confrontos esperados entre as forças do regime e os rebeldes.
Entenda o conflito na Síria
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais — da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia — se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, de acordo com a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.
*Com informações da Reuters