Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou nesta quinta-feira (5) que nomeará um novo primeiro-ministro nos próximos dias. A fala aconteceu durante declaração à nação.
Isso acontece após o Parlamento francês aprovar um voto de desconfiança contra o premiê Michel Barnier, derrubando o governo do país. Ele apresentou a renúncia ao presidente na manhã desta quinta.
Macron agradeceu a Barnier pela “devoção” e o trabalho pelo país, pontuando que a esquerda e a direita se uniram em uma frente “anti-republicana”.
Ainda assim, o presidente ressaltou que completará seu mandato — previsto para terminar em maio de 2027 — e destacou que “uma nova era se inicia”, que exige novos compromissos.
“A partir de hoje, uma nova era se inicia. Devemos trabalhar em quatro frentes e construir novos compromissos, porque o planeta segue em frente, os desafios são numerosos e devemos ser ambiciosos para a França”, comentou, acrescentando que “não podemos nos permitir as divisões”.
Entenda a crise
Na segunda-feira (2), o Michel Barnier tentou forçar a aprovação de parte do Orçamento do governo para 2025.
O projeto inclui medidas para preencher o grande buraco nas finanças públicas da França e alinhar o déficit de volta às regras da União Europeia até o final da década.
A proposta de lei de financiamento inclui 60 bilhões de euros em aumentos de impostos e cortes de gastos, visando reduzir o déficit para 5% no próximo ano, conforme os cálculos do governo.
Algumas das medidas são extremamente impopulares entre os partidos de oposição, como atrasar os aumentos de pensão correspondentes à inflação.
Barnier tentou aprovar o Orçamento usando um mecanismo constitucional controverso que contornou uma votação na legislatura.
No entanto, essa manobra deu aos parlamentares a oportunidade de apresentar moções de desconfiança contra ele.