Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, gerou polêmica ao conceder perdão ao filho, Hunter, que foi condenado em um julgamento de posse ilegal de armas e se declarou culpado de infrações fiscais.
O poder de conceder perdões por crimes federais é concedido pela Constituição dos EUA somente ao presidente: “… ele terá o poder de conceder indultos e perdões por ofensas contra os Estados Unidos, exceto em casos de impeachment”.
Presidentes distribuíram perdões a amigos e doadores, a aliados políticos e para fazer pontos políticos, mas nenhum até Biden havia perdoado um filho.
Apenas dois outros presidentes americanos perdoaram familiares, de acordo com Alexis Coe, autora de “You Never Forget Your First: A Biography of George Washington”:
- Bill Clinton perdoou seu meio-irmão Roger por acusações de tráfico de drogas.
- Trump perdoou o pai de seu genro, Charles Kushner, que havia sido condenado por adulteração de testemunhas, sonegação fiscal e contribuições ilegais de campanha. Kushner agora deve ser embaixador dos EUA na França.
Coe escreveu para a CNN em 2023 sobre a longa lista de filhos de presidentes, em particular, causando problemas para seus pais. Ela afirmou a Zachary B. Wolf, da CNN, que os autores da Constituição não previram que o poder de perdão seria usado para parentes próximos.
“Posso garantir que quando os autores debateram o perdão presidencial na Convenção Constitucional, um futuro em que ele seria usado como um cartão de saída da prisão para a família não estava entre suas preocupações”, destacou ela depois que Biden perdoou Hunter.
Ao emitir o perdão para seu filho, Biden quebrou uma promessa pública clara de não interferir no sistema de Justiça em nome de Hunter, algo que agora pode ser uma mancha em seu legado presidencial.
Ainda assim, ele afirmou que os americanos ainda deveriam acreditar no sistema de Justiça. Entretanto, ressaltou: “Eu também acredito que a política crua infectou esse processo [de Hunter] e levou a um erro jurídico”.
A concessão oficial de clemência não pode ser revogada pelo presidente eleito Donald Trump.
O republicano classificou a ação como um abuso de Justiça.
*com informações de Zachary B. Wolf, da CNN