Pelo menos duas pessoas morreram nesta segunda-feira (2) em ataques israelenses no sul do Líbano, informaram as autoridades libanesas.
O exército de Israel declarou que os alvos da ação foram veículos militares que operavam próximo a uma base pertencente ao grupo militante Hezbollah, apoiado pelo Irã, em Bekaa, no sul do país.
As tropas israelenses também atacaram veículos usados para a transferência de armas perto da fronteira entre Síria e Líbano, declararam em um comunicado oficial, afirmando que um soldado libanês ficou ferido na ofensiva.
O cessar-fogo entre Israel e Líbano, que entrou em vigor na quarta-feira (27), determina que Israel não realize operações militares ofensivas contra alvos civis, militares ou outros alvos estatais do Líbano, enquanto o país árabe deve impedir que qualquer grupo armado, incluindo o Hezbollah, realize operações contra Israel.
Nos últimos dias os dois países veem trocando acusações de violações e, nesta segunda-feira (2), o Líbano disse que as violações se tornaram mortais.
O Ministério de Saúde Libanês confirmou a morte de uma pessoa durante um ataque aéreo israelense no sul do Líbano, a cerca de 10 km da fronteira com Israel
Enquanto a segurança estatal do Líbano relatou que outro ataque de drone israelense matou um integrante de sua força que estava em serviço em Nabatieh, a 12 km da fronteira.
A segurança do Estado considerou o fato uma “violação flagrante” da trégua.
O exército libanês ainda anunciou que um drone israelense atingiu uma escavadeira do exército no nordeste do Líbano, perto da fronteira com a Síria, e feriu um soldado.
Os militares israelenses não responderam imediatamente às perguntas da Reuters sobre os incidentes em Marjayoun e Nabatieh.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.
A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.
Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.