Israel mantém “total liberdade operacional” para agir contra as ameaças do Hezbollah, apesar de ter concordado com um cessar-fogo, disse Bezalel Smotrich, ministro das Finanças do país.
“Israel não esperará por nenhum mecanismo [de vigilância] e continuará mantendo plena liberdade operacional para frustrar qualquer ameaça ou tentativa do Hezbollah de restaurar as suas capacidades e pôr em perigo os residentes do norte”, escreveu o ministro no X neste domingo (1°).
Smotrich respondeu a uma reportagem do canal israelense Ynet, que citava autoridades francesas dizendo que a França acusou Israel de 52 supostas violações do cessar-fogo, resultando na morte de três civis libaneses.
Ele afirmou que era importante que “tanto os franceses como os libaneses” entendessem claramente a sua mensagem.
De acordo com a notícia, a França alegou que Israel enganou o comitê internacional encarregado de monitorar o cumprimento do acordo.
O mecanismo de monitoramento do cessar-fogo é liderado pelos Estados Unidos e envolve o Exército libanês, as Forças de Defesa de Israel (FDI), a ONU e a França.
Israel e o Líbano concordaram com uma proposta apoiada pelos EUA no início desta semana, encerrando, por hora, o conflito de 13 meses entre Israel e o Hezbollah, que se transformou em uma guerra total.
Desde então, Israel realizou vários ataques no sul do Líbano, com ambos os lados se acusando mutuamente de violar a suspensão das hostilidades.
A CNN entrou em contato com as Forças de Defesa de Israel e aguarda retorno.
Entenda os conflitos no Oriente Médio
No final de novembro, foi aprovado um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Isso acontece após meses de bombardeios do Exército israelense no Líbano.
A ofensiva causou destruição e obrigou mais de um milhão de pessoas a saírem de casa para fugir da guerra. Além disso, deixou dezenas de mortos no território libanês.
Assim como o Hamas, o Hezbollah e a Jihad Islâmica são grupos radicais financiados pelo Irã, e, portanto, inimigos de Israel.
A expectativa é que o acordo sirva de base para uma cessação das hostilidades mais duradoura.
Ao mesmo tempo, a guerra continua na Faixa de Gaza, onde militares israelenses combatem o Hamas e procuram por reféns que foram sequestrados há mais de um ano durante o ataque do grupo radical no território israelense no dia 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 pessoas foram mortas e 250 sequestradas.
Desde então, mais de 43 mil palestinos morreram em Gaza durante a ofensiva de Israel, que também destruiu praticamente todos os prédios no território palestino.
Em uma terceira frente de conflito, Israel e Irã trocaram ataques, que apesar de terem elevado a tensão, não evoluíram para uma guerra total.
Além disso, o Exército de Israel tem feito bombardeios em alvos de milícias aliadas ao Irã na Síria, no Iêmen e no Iraque.
*Oren Liebermann, da CNN, contribuiu para esta reportagem
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