Taiwan é uma força-chave para promover a paz e a estabilidade no mundo, disse o presidente Lai Ching-te ao partir para o Havaí neste sábado (30), agradecendo aos Estados Unidos por permitirem a viagem.
A China, que vê a ilha democraticamente governada como seu próprio território, vem aumentando a pressão militar contra Taiwan, incluindo dois exercícios militares neste ano.
Fontes disseram à agência de notícias Reuters que podem ser realizados mais exercícios durante a viagem de Lai pelo Pacífico, que inclui escalas no Havaí e em Guam, um território dos EUA — ambos os locais abrigam as principais bases militares do país.
Falando com repórteres no principal aeroporto internacional de Taiwan, fora de Taipé, Lai afirmou: “Obrigado ao governo dos EUA por defender os princípios de segurança, dignidade, conforto e conveniência para ajudar no processo tranquilo desta viagem”.
O presidente ficará no Havaí nas duas primeiras noites. Após isso, irá para Ilhas Marshall, Tuvalu e Palau, três dos 12 países que mantêm laços diplomáticos formais com Taiwan e uma parte do mundo onde a China vem exercendo uma influência cada vez mais forte.
Os presidentes de Taiwan costumam fazer que são oficialmente, apenas escalas nos Estados Unidos para encontrar políticos americanos e fazer discursos.
Essas escalas geralmente acontecem durante visitas a aliados distantes no Pacífico, América Latina ou Caribe.
“Esta viagem é o início de uma nova era de diplomacia baseada em valores. Democracia, prosperidade e paz são as expectativas do povo de Taiwan e também são os valores que eu, como presidente, devo promover ativamente”, destacou Lai Ching-te.
“Continuarei expandindo a cooperação e aprofundando nossa parceria com nossos aliados e amigos com base nos valores de democracia, paz e prosperidade, para que o mundo possa ver que Taiwan não é apenas um modelo de democracia, mas também uma força-chave na promoção da paz, estabilidade e prosperidade globais”, adicionou.
Poucas horas antes da partida de Lai, os Estados Unidos anunciaram um novo pacote de venda de armas para Taiwan, de peças de reposição para jatos F-16 e radares por cerca de US$ 385 milhões.
Na sexta-feira (29), a China pediu aos Estados Unidos que tenham “máxima cautela” em suas relações com Taiwan.
O Departamento de Estado americano ressaltou que não via justificativa para o que chamou de trânsito privado, rotineiro e não oficial do presidente Lai ser usado como pretexto para provocação.
Esta é a primeira viagem de Lai ao exterior desde que assumiu o cargo, em maio.
O governo de Taiwan rejeita as reivindicações de soberania de Pequim e diz que tem o direito de se envolver com o mundo e que seus líderes viajem para o exterior.