Disparos de tanques israelenses atingiram seis áreas no sul do Líbano nesta quinta-feira (28). O exército israelense alegou que o cessar-fogo com o Hezbollah foi violado depois que suspeitos, alguns em veículos, chegaram a várias áreas na região sul do país.
Um cessar-fogo entre Israel e o grupo armado libanês Hezbollah entrou em vigor na quarta-feira (27) sob um acordo intermediado pelos EUA e França, visando permitir que as pessoas em ambos os países comecem a retornar para suas casas em áreas de fronteira, destruídas por 14 meses de combates.
O exército israelense pediu aos moradores de cidades ao longo da faixa da fronteira que não retornassem ainda para sua própria segurança.
O legislador do Hezbollah, Hassan Fadlallah, acusou Israel de atacar pessoas que retornavam para suas aldeias no sul do Líbano.
Os disparos de Israel atingiram áreas na fronteira, afirmaram a mídia estatal e fontes de segurança libanesas.
A investida alcançou Markaba, Wazzani e Kfarchouba, Khiyam, Taybe e as planícies agrícolas ao redor de Marjayoun.
Todas elas estão a dois quilômetros da Linha Azul que demarca a fronteira entre o Líbano e Israel. Uma das fontes de segurança comunicou que duas pessoas ficaram feridas em Markaba.
Famílias libanesas deslocadas de suas casas perto da fronteira sul tentaram retornar para verificar suas propriedades.
Mas tropas israelenses permanecem estacionadas no território libanês em cidades ao longo da fronteira e repórteres da Reuters ouviram drones de vigilância voando sobre partes do sul do Líbano.
Não houve comentários imediatos do Hezbollah ou de Israel sobre o ocorrido.
O acordo, um feito diplomático raro em uma região devastada por conflitos, encerrou o confronto mais mortal entre Israel e o grupo militante, apoiado pelo Irã, em anos.
Mas o governo israelense continua lutando contra seu outro grupo, o palestino Hamas, na Faixa de Gaza.
Sob os termos do cessar-fogo, as forças israelenses podem levar até 60 dias para se retirar do sul do Líbano, mas nenhum dos lados pode lançar operações ofensivas.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou haver instruído os militares a não permitir que os moradores voltassem para as aldeias perto da fronteira.