O porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, atribuiu nesta quinta-feira (14) a decisão de retirar a delegação argentina da COP29 ao novo ministro das Relações Exteriores do país, Gerardo Werthein.
“Esta medida permite ao novo chanceler, [que está] há poucos dias no cargo, reavaliar a situação. A decisão faz parte das medidas que ele começou a tomar em seu novo papel”, disse Adorni em coletiva de imprensa.
O porta-voz afirmou que a decisão se deve a uma reforma integral que Werthein fará no ministério argentino das Relações Exteriores.
“Não há muito mais para comentar”, concluiu.
Adorni também foi perguntado sobre declarações de que as posturas de Javier Milei poderiam levar a que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia não seja assinado, e disse que a saída da delegação da COP29 “não deveria ter nada a ver” com essa assinatura.
O presidente argentino defende que a crise climática é um evento natural, não provocado por seres humanos.
Qual é o objetivo da Conferência do Clima da ONU?
A saída da delegação argentina do evento da Organização das Nações Unidas sobre mudanças climáticas ocorre dias após Milei demitir a então chanceler, Diana Mondino, após descobrir que a Argentina votou contra o embargo imposto pelos Estados Unidos contra Cuba na ONU.
A resolução, aprovada por 187 votos, somente teve a oposição dos Estados Unidos e de Israel, e abstenção da Moldávia.
O presidente argentino também anunciou que irá demitir todos os funcionários da chancelaria envolvidos no voto e que iniciará uma “auditoria do pessoal de carreira da Chancelaria, visando identificar impulsores de agendas inimigas da liberdade”.
Ex-embaixador de Milei nos Estados Unidos, Werthein assumiu o comando da chancelaria há 10 dias.